Após anos de desenvolvimento, o Windows Vista – nova versão do sistema operacional da Microsoft – estará disponível para as empresas na quinta-feira da próxima semana nos Estados Unidos e para o público em geral a partir de 30 de janeiro. Mas, a despeito dos novos recursos e da promessa de maior segurança, a adoção do sucessor do Windows XP deve demorar a acontecer – não apenas no mercado corporativo como também entre os usuários domésticos – contrariando previsões da empresa segundo as quais o sistema seria adotado duas vezes mais rápido do que outros softwares da marca.

Estudo da Forrester Research sublinha que o Windows XP levou quatro anos para equipar a maioria da base instalada de PCs e que seu sucessor deve expandir-se na mesma velocidade. O documento destaca que nenhum recurso disponível no OS é interessante o suficiente para motivar a aquisição de novas máquinas ou a substituição do sistema pelo consumidor. Atualmente, 76% dos computadores domésticos dos EUA têm alguma versão do XP. A previsão do Forrester é que, ao final de 2007, a base do Vista chegará a 12 milhões de lares nos EUA. Em 2010, deve saltar para 78 milhões.

Opinião semelhante tem o Gartner Group, para quem o Windows Vista estará instalado em 8% a 10% das máquinas corporativas dos EUA até o fim do próximo ano. Segundo o instituto, a demora na adoção do Vista deve-se em parte a seus elevados requisitos de sistema. Estudo publicado pelo Gartner em abril revelou que, para rodar todas as potencialidades do Vista, o PC precisa ter 1 GB de memória RAM, além de placa gráfica que suporte a nova interface do OS, chamada de Aero. Por isso, só metade dos PCs em uso nos EUA poderiam adotá-lo, destacou a pesquisa.

A exemplo do que ocorre em todo o mundo, o Windows é o sistema operacional predominante no Brasil. Segundo pesquisa realizada pela FGV-EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas), 97% das estações de trabalho em funcionamento nas empresas brasileiras no final do ano passado rodavam alguma versão do Windows. O sistema também equipava 64% dos servidores, ante 16% do Linux.

No Brasil, a adoção do Vista vai depender da política comercial da Microsoft. “Quanto mais agressivos forem os preços, mais rápida tende a ser a migração”, explica o professor Fernando Meirelles, diretor da FGV-EAESP.

Para novos clientes, o Vista custará entre US$ 199 e US$ 399 no mercado norte-americano. A mais barata é a versão Home Basic, voltada para o ambiente doméstico. A versão Premium – dotada de funções de entretenimento digital – será vendida por US$ 259, enquanto a top-de-linha Ultimate – desenvolvida para atender necessidades residenciais, profissionais e de entretenimento – custará US$ 399.

Para os usuários da versão mais recente do XP, os preços do Vista devem variar entre US$ 99,95 e US$ 259. A empresa ainda não definiu os preços do sistema no Brasil.