Os R$ 4,7 milhões das contas de água e luz correspondem a mais de 10% dos R$ 45 milhões reservados no orçamento do ministério para a gestão do Parque Olímpico durante o ano.
Quatro funcionários da Aglo ligados às diretorias Executiva e de Gestão Interna do órgão são os responsáveis por fazer uma auditoria completa nas contas de água, esgoto e luz emitidas pela Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio) e a Light e apresentar um relatório final.
Segundo a Aglo, foram pagos à Cedae R$ 175.473,71, referentes ao período de abril a outubro - a autarquia foi criada pelo Governo Federal em 30 de março para substituir a APO (Autoridade Pública Olímpica). Já o ministério pagou R$ 75.203,02 pelos meses de janeiro, fevereiro e março. O valor total das contas de luz no exercício de 2017, até novembro, foi de R$ 4.610.568,28.
De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério do Esporte, foram realizados 92 eventos nos Parque Olímpicos da Barra e de Deodoro, de abril a outubro, com a presença de cerca de 288 mil pessoas, sendo 13.500 atletas. A maior parte dos eventos é realizada nos fim de semana.
O Velódromo, palco das provas de ciclismo de pista nos Jogos do Rio, é uma das áreas com maior custo de manutenção do Parque Olímpico. O local consumiu cerca de R$ 140 milhões para ser construído e o piso da pista é de madeira siberiana, o que exige refrigeração constante por ar-condicionado.
Para piorar, a cobertura do Velódromo precisou passar por dois reparos este ano após ser atingida pela queda de balões. Após o primeiro incêndio, em julho, as obras de reconstrução do local custaram R$ 199,4 mil. O incidente mais recente ocorreu no mês passado e os reparos consumiram cerca de R$ 60 mil aos cofres públicos.
Para tenta minimizar os custos de administração e gestão do Parque Olímpico, além de fazer uma revisão completa nas contas de água e luz, a Aglo tem adotado um sistema de contrapartidas, no qual os recursos arrecadados com a locação dos espaços são revertidos em obras no local.
Foi assim, por exemplo, no primeiro evento no parque, o Desafio dos Gigantes, no qual o dinheiro pago pela Confederação Brasileira de Vôlei foi usado para a instalação de um guarda-corpo no Centro de Tênis.
O mesmo aconteceu quando a organização do Rock in Rio utilizou o Centro de Tênis e as Arenas Carioca 1 e 2 e o aluguel não foi pago diretamente para a União, mas sim em obras e ações orçadas em R$ 880 mil.
DINHEIRO PÚBLICO - Dentro do plano de redução de custos, o ministério também pretende repassar a gestão do Centro de Tênis para a CBT (Confederação Brasileira de Tênis). A confederação, porém, quer fazer mudanças nas instalações do local e dividir os custos das obras e de manutenção com a União.
A ideia inicial era de que a iniciativa privada bancasse a gestão de todo o Parque Olímpico, mas o plano não deu certo. Apenas uma empresa demonstrou interesse, porém as garantias financeiras foram rejeitadas. A Prefeitura do Rio, então, entregou a administração para a União pelos próximos 25 anos, prorrogável por igual período, totalizando cinco décadas.
O acordo com a Prefeitura diz que o Ministério do Esporte tem de tratar o Parque Olímpico "com o mesmo cuidado como se fosse seu, mantendo-o limpo e em bom estado".
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