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Nas ruas para provocar reflexão

Escola Livre de Teatro de Santo André estreia hoje o espetáculo ‘Contra Fluxo’

Vinícius Castelli
30/11/2017 | 07:00
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Divulgação


 Nada de palco, iluminação cênica, cortinas e cadeiras, mas muita reflexão. Desta vez a ELT (Escola Livre de Teatro), de Santo André, usa a rua como espaço para apresentar seu novo projeto, Contra Fluxo, que marca a formação da turma 18 do Núcleo de Formação de Atores e Atrizes. A peça, com estreia marcada para hoje, tem apreciação gratuita e segue em cartaz até 16 de dezembro, com apresentações de quinta a sábado, sempre às 20h, menos em casos de chuva.

A peça acontece nas ruas do bairro Santa Terezinha, onde fica a ELT (Praça Rui Barbosa), abrigada no Teatro Conchita de Moraes. Os atores percorrerão a Rua Vieira de Carvalho e aproveitarão a paisagem urbana como cenário. “O espetáculo acontece por duas horas em percurso de cerca de dois quilômetros. Começa na sede da ELT e segue até a Escola Livre de Cinema”, avisa Jennifer Souza, que é parte do elenco, assina a produção da peça e está se formando agora. “Queríamos apresentar um trabalho cuja narrativa fosse a rua. Estudamos o bairro e as vias que abrigam e, ao mesmo tempo, excluem a todos.” A produtora explica também que pelas ruas a equipe é formada por 14 pessoas e que, como medida de segurança, o público andará sempre pelas calçadas.

O espetáculo conta história de grupo do futuro que é perseguido e chega ao presente com a ideia de provocar contrafluxo de ações diante das pessoas que fazem parte dos dias atuais. A sugestão, segundo Jennifer, é colocar em reflexão as nossas ações. “Falamos sobre resgatar o futuro, de como estamos ocupando nossa ‘futuridade’. É um alerta para as pessoas pensarem sobre as ações negativas e positivas”, explica.

A peça, que tem como referência os coros gregos da origem do teatro ocidental, usa e abusa da música na obra. Tanto que o bando do futuro se comunica cantando. “A peça é cantada durante todo o percurso”, diz Jennifer. Segundo ela, o público, que participa ativamente do projeto, pois tem de acompanhar seu trajeto, serve como coro para o trabalho. A tentativa é de elevar o discurso da palavra a um nível ritualístico, evitando o tom discursivo.




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