"A soltura de Saeed, após o Paquistão não indiciá-lo, envia uma mensagem preocupante sobre o comprometimento do Paquistão com o combate ao terrorismo internacional, e desmente a declaração do país de que não vai oferecer refúgio a terroristas", disse a porta-voz. "Se o Paquistão não agir para prender Saeed e indiciá-lo por seus crimes, isso terá repercussões nas relações bilaterais e na reputação global do país."
Saeed é o suposto fundador de um grupo ligado a um ataque em Mumbai, na Índia, em 2008, que deixou 168 mortos. Ele foi classificado como terrorista pelo Departamento de Justiça dos EUA e o país oferece uma recompensa de US$ 10 milhões por informações que levem à sua captura e condenação.
Ele foi solto na sexta-feira de madrugada, após um grupo de três juízes no Paquistão decidir encerrar sua detenção na cidade de Lahore, no leste do país. A decisão irritou autoridades norte-americanas e indianas. O porta-voz de Saeed, Yahya Mujahid, disse que a decisão foi uma "vitória da verdade".
Saeed comandava a organização Jamaat-ud-Dawa, que muitos acreditam ser uma fachada para o grupo militante Lashkar-e-Taiba. Segundo a Índia, o grupo está por trás do ataque em Mumbai. O Paquistão vem prendendo e libertando Saeed desde então.
O governo do presidente Donald Trump vem aumentando a pressão para que o Paquistão combata extremistas e os expulse de seus esconderijos em território paquistanês. O ministro de Relações Exteriores do país, Khawaja Asif, disse durante uma visita a Washington em outubro que o Paquistão está disposto a cooperar totalmente com o governo do presidente Trump. Em agosto, os EUA disseram que iriam reter US$ 225 milhões em ajuda militar para o Paquistão até que o país começasse a agir contra grupos extremistas que ameaçam o vizinho Afeganistão. Fonte: Associated Press.
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