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Investigados cheques falsos de
R$ 160 mil da Câmara de Diadema
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
14/08/2011 | 07:58
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A Delegacia Seccional de Diadema investiga a procedência de dois cheques falsos repassados em nome da Câmara de Diadema para terceiros que não fazem parte da lista de fornecedores da Casa. O desvio chega a R$ 162 mil e o principal suspeito é Alencar Pedroso de Toledo, ex-diretor administrativo e financeiro.

O inquérito criminal o qual o Diário teve acesso mostra que cheques administrativos autorizavam a liberação de R$ 141 mil para Mega Informática e R$ 21 mil para Kleber Barbosa de Souza. As assinaturas do presidente do Legislativo, Laércio Soares (PCdoB), e do ex-secretário de Finanças da Casa Jacques Chasyn eram falsas.

A Mega Informática, com sede em São Paulo, e Kleber Barbosa de Souza não estão entre os fornecedores da Câmara. No dia 8 de fevereiro, a Caixa Econômica - banco em que os repasses financeiros do Legislativo são depositados - informou Laércio sobre débitos que não foram completados por falta de fundos. O parlamentar, no mesmo dia, registrou Boletim de Ocorrência por crime de estelionato.

Principal suspeito, Toledo foi intimado a prestar depoimento na Seccional. O ex-diretor financeiro, que era motorista concursado da Câmara e que subiu de cargo durante a gestão do vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), negou envolvimento e relatou que foi ele quem descobriu a fraude.

Toledo foi destituído do posto que ocupava e depois pediu exoneração da função de motorista. A reportagem do Diário não localizou Toledo.

O caso está na 1ª Vara Criminal do Fórum de Diadema, analisado pelo promotor Rodolfo Palazzi. A polícia aguarda resposta dos bancos Itaú e Bradesco, em que a Mega Informática e Kleber Barbosa de Souza possuem conta corrente e solicitou quebra de sigilo bancário e fiscal de Toledo.

 

MUDANÇA INTERNA

Na última sessão, os vereadores aprovaram, em regime de urgência especial, alteração do regimento interno para contratação de diretor financeiro da Casa. Pela lei vigente, o posto só poderia ser ocupado por funcionário já admitido pelo Legislativo e que concluísse curso de Ciências Contábeis.

A mudança consiste em comissionar o cargo, abrindo possibilidade de escolha de servidor que não consta no quadro de funcionários. Segundo os parlamentares, o caso dos cheques falsos não tem relação com a troca urgente no regimento interno, mas servirá para dar segurança ao presidente da Casa, que terá liberdade de definir contador de sua confiança.

 

Laércio Soares abre sindicância para apurar crime

 

O presidente da Câmara de Diadema, Laércio Soares, instaurou sindicância para apurar quem foi responsável pelos cheques falsificados. Além de Alencar Pedroso de Toledo, são investigadas Lenice Leme Machado, Joana Áurea da Silva Barbosa e Joana D'Arc de Souza Weber, lotadas na divisão de orçamento e contabilidade do Legislativo.

"Como não temos mais informações, decidimos abrir a sindicância para ver o que ocorreu. Eu iniciei as medidas que estavam ao meu alcance. Também garanti que a Câmara vai auxiliar a polícia e não vai omitir nada durante as investigações", disse Laércio.

A sindicância vai apurar se houve desvio de outras quantias, já que os servidores investigados tinham acesso às finanças da mesa diretora. Segundo o presidente, o processo deverá ser encerrado até o fim de agosto.




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