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Fipe muda previsao do IPC/novembro de 1,30% para 1,40%
Do Diário do Grande ABC
25/11/1999 | 14:54
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A alta do álcool combustível levou a Fipe a mudar novamente suas projeçoes para os meses de novembro e dezembro e também para o ano. A previsao para novembro mudou de 1,30% para 1,40%, enquanto que a de dezembro foi alterada de 0,30% para 0,50%. Com isso, a projeçao para o ano subiu de 8,2% para um número "em torno de 8,5%". O resultado divulgado nesta quinta-feira mostra que os aumentos estao concentrados nos itens combustível e alimentos.

Segundo o coordenador do IPC da Fipe, Heron do Carmo, a soma dos aumentos do álcool combustível, da gasolina, combustível para viagem e carne (bovina e frango) representaram 0,91 ponto percentual do IPC de 1,32% na terceira quadrissemana. Heron disse que o álcool vem subindo desde setembro e deve encerrar esse mês com 32% de alta nos preços, o que acumularia um aumento de 65,7% desde o início do Plano Real até este mês, contra alta projetada de 7 8,3% do IPC no mesmo período.

Neste ano, o álcool já teve reajuste de 45,5%, até a terceira quadrissemana de novembro, aproximando-se da gasolina, que já subiu 51,75% no mesmo período. Apesar da alta registrada nos combustíveis, Heron diz que o preço do álcool na bomba está caindo da semana passada para cá, mas isso ainda nao se refletiu no índice. Também desde a última semana a gasolina está apresentando estabilidade, segundo a Fipe.

Já o preço da carne bovina está mostrando ritmo menor de alta. Dados da Fipe mostram que a carne deve encerrar o mês com alta de 4%, contra aumento de 9,7% registrado em outubro. O frango, que subiu 2,8% em outubro, apresenta alta de 9,90% até a terceira quadrissemana de novembro e deve atingir o pico no final do mês, com alta de 12%.

Leilao - O coordenador do IPC da Fipe, Heron do Carmo, disse que o leilao de 50 milhoes de litros de álcool hidratado, previsto para a primeira quinzena de dezembro nao deve provocar queda do preço do combustível nas bombas de gasolina. Segundo ele, o equilíbrio do mercado virá da pressao dos consumidores. "O leilao veio tarde e é insuficiente", afirmou. Segundo ele, o preço do álcool nao voltará ao que era antes dessa alta "e nem o governo tem interesse nisso". De acordo com Heron, o leilao é "mais um jogo de cena do governo".

Para ele, o preço do álcool deve apresentar queda mais significativa com a entrada da nova safra, que se inicia entre os meses de abril e maio. Entretanto, Heron disse que, "já que o estrago foi feito", o resultado pode até representar um saldo positivo para o governo aliviando a pressao da meta inflacionária para o ano que vem. Heron informou que o consumo de álcool combustível no país está em torno de 1,1 bilhao de litros por mês e o governo detém um estoque regulador de 2,2 bilhoes.




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