"Para quem precisa de um investimento em curtíssimo prazo e não tem mais de R$20 mil para aplicar, a poupança acaba sendo mais vantajosa por não ter cobrança de taxas de administração e ser isenta de Imposto de Renda", explica Reginaldo Gonçalves, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina. Mas a poupança também perde com a queda da Selic. Com a taxa básica abaixo de 8,5%, a remuneração da caderneta passa a ser a Taxa Referencial (definida pelo Banco Central) mais 70% da Selic.
O raciocínio do professor se confirma com as taxas de custódia cobradas pelos fundos. De acordo com dados da Anbima, associação que representa instituições do mercado financeiro e de capitais, a taxa média de administração desses fundos é de 2,59% para investimentos até R$ 1 mil; 1,07% até R$ 25 mil; e 0,91% de R$ 25 mil a R$ 100 mil. Para o professor de Economia da Fecap, Joelson Sampaio, o importante é que o investidor não invista caso a taxa não seja inferior a 1%. A sugestão dele é que se procure alternativas como CDBs e Letras de Crédito Imobiliário ou Agrário, as LCI e LCA. Nenhum deles tem incidência de IR, mas exigem mais tempo de investimento para terem melhor rentabilidade.
No caso das LCI e LCA, a maioria dos bancos de varejo espera aportes de entrada acima de R$ 30 mil, mas é possível encontrar opções a partir de R$ 5 mil em pequenos bancos.
Tesouro
Mais comum na carteira dos investidores brasileiros, o Tesouro Direto também sente o efeito da queda dos juros, mas ainda apresenta títulos atrativos em comparação à poupança.
Se o objetivo for manter o dinheiro investido por mais de um ano, até mesmo o Tesouro Selic ganha da caderneta, ainda que se desconte o IR. Mas é possível apostar em alternativas mais rentáveis. É caso dos títulos pré-fixados de vencimento de curto e médio prazo, até 2023. Há, ainda, o Tesouro IPCA+, que entrega rendimento baseado na inflação passada somado à expectativa de juros reais. "Protege da inflação no período. É boa opção para prazos maiores de 5 anos", indica o economista Marcos Silvestre.
"Os juros reais, aqueles que já descontam a inflação, estão na casa dos 4% a 5%, muito positivos para o investidor", diz o professor da Saint Paul Alan Ghani. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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