Política Titulo Discussão
Prefeitos se reúnem para tentar sanear as contas da FUABC

Chefes de Executivo traçam planos com objetivo de equacionar rombo na Fundação e ajudar cidades mantenedoras

Raphael Rocha
Fábio Martins
26/10/2017 | 07:38
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


Prefeitos de Santo André, Paulo Serra (PSDB), de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), e de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), além do presidente da FUABC (Fundação do ABC), Carlos Maciel, se reuniram na noite de terça-feira para traçar planos de equacionar as contas da entidade, principalmente sobre dívidas de municípios com a instituição regional.

Desde o ano passado, a Fundação tem sofrido com atrasos ou falta de pagamento de cidades que a contrataram para gerenciamento de equipamentos de Saúde. Além disso, há descompasso no acerto do rateio feito pelas administrações de Santo André, São Bernardo e São Caetano para manter a entidade aberta.

Por conta desse problema, a FUABC registrou deficit financeiro nos últimos anos, o que afetou diretamente a prestação dos serviços nos municípios, apesar de o orçamento ser estimado em R$ 2,2 bilhões para este ano.

Segundo apurou o Diário, o encontro, realizado na Prefeitura de São Bernardo, também envolveu as situações de Santo André e Mauá, cidades que enfrentam problemas financeiros herdados das gestões anteriores. Estima-se que a dívida da Prefeitura andreense com a FUABC esteja na casa dos R$ 50 milhões, embora esse valor esteja sob revisão. O Paço de Mauá deve, segundo a instituição regional, R$ 122,9 milhões, quantia contestada pelo prefeito mauaense, Atila Jacomussi (PSB).

No caso específico de Santo André foi conversada a possibilidade de planos de pagamento desse passivo em médio e longo prazos, de forma a não comprometer as contas do governo de Paulo Serra (PSDB) e afastar qualquer possibilidade de saída de Santo André da FUABC. Outra medida referente à cidade será a revisão da dívida, numa discussão entre técnicos da Prefeitura e da Fundação.

O deficit de Santo André ainda remonta à administração de Carlos Grana (PT) e engloba atraso no pagamento a fornecedores, falta de quitação de rescisões trabalhistas e até do rateio mensal. Na gestão de Paulo Serra, funcionários foram demitidos por conta de reorganização no sistema de Saúde. Somente no começo do mês, 320 colaboradores foram dispensados.

O governo tucano avalia juridicamente a possibilidade de negociar diretamente débitos com os fornecedores. Isso porque a Fundação aparece como intermediária. A ideia seria obter abatimento do montante ao formalizar um fluxo de pagamento às empresas.

Já sobre Mauá, Maciel deu detalhes das conversas sobre a dívida. Na sexta-feira houve reunião com Atila para tentar achar uma saída ao impasse, já que a FUABC oficiou a administração mauaense a pagar o passivo de R$ 122,9 milhões. Há, dentro da Fundação, advogados que defendem a judicialização do caso.

Outro ponto decidido foi a realização de reunião mensal entre prefeitos e o presidente da FUABC, para prestação de contas e também para definição dos rumos da entidade. Maciel elogiou o resultado da reunião. “Mostra que todos estão juntos para manter a Fundação em pé”, resumiu o mandatário da instituição. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;