Economia Titulo Caged
Indústria puxa cortes no Grande ABC até setembro
Flavia Kurotori
Gabriel Russini
20/10/2017 | 07:02
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As empresas das sete cidades estão demitindo menos em 2017. De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE, o ritmo de dispensas entre janeiro e setembro de 2017 é inferior ao registrado no mesmo período em 2016. No entanto, o saldo (demissões menos contratações) ainda é negativo e foi puxado pela indústria. Os dados foram levantados ontem pela equipe do Diário.

Nos primeiros nove meses do ano passado, aproximadamente 23,5 mil postos de trabalho formais, ou seja, com carteira assinada, foram extintos. Por outro lado, nesse ano, o saldo negativo é de 658 oportunidades, número 35 vezes menor do que o verificado em 2016.

Para o economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, o resultado já indica leve movimento de retomada na economia regional, fator que pode refletir em cenário “menos ruim” para a Rais referente a 2017, em comparação ao resultado equivalente ao ano passado. “Se continuarmos assim (movimento de retomada), a tendência é verificar saldo positivo em 2018, ou seja, de mais contratações que demissões.”

Apesar dos dados que demonstram certo alívio, o especialista pondera: “estamos longe do ideal, a caminhada ainda é longa e 2018 é ano de eleição (ou seja, a política econômica pode mudar de novo).”

Em setembro, pelo terceiro mês consecutivo, o Grande ABC fechou o índice de emprego no azul, com saldo positivo de 287 postos com carteira assinada. Em julho, recorde do ano, registrou-se a criação de 2.539 vagas, já em agosto, 451 oportunidades. Já para o mesmo mês em 2016, o cenário era inverso, quando 3.151 profissionais haviam sido demitidos e, no acumulado dos últimos 12 meses, a bagatela era de 40 mil baixas.

Para o professor de Macroeconomia da Fipecafi Silvio Paixão, “a avaliação não é tão positiva, pois há desaceleração do desemprego, mas a massa salarial ainda continua sendo a mesma.”

Ao analisar as sete cidades, em setembro demitiram mais que contrataram: Diadema (-476), São Caetano (-173), Rio Grande da Serra (-39) e Ribeirão Pires (-35). Em contrapartida, os demais tiveram saldo positivo: Santo André (536), Mauá (315) e São Bernardo (149).

Em relação ao desempenho por setores, os segmentos de indústria (-303) e construção civil (-338) voltaram a verificar números ruins. Em agosto, a indústria havia acumulado 460 perdas, enquanto que a construção demitiu 44. Para Mauro Miaguti, diretor titular do Ciesp São Bernardo, apesar do resultado ruim para o setor, “existem certos sinais de retomada com a desaceleração do desemprego”.

Comércio e serviços finalizaram setembro no azul, com saldos de 274 e 654 postos, respectivamente. 




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