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Grupo invade escola e mantém cerca de 300 reféns na Rússia
Do Diário OnLine
Com Agências
01/09/2004 | 20:17
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Um grupo armado com fuzis invadiu nesta quarta-feira uma escola na Ossétia do Norte, república russa do Cáucaso do Norte. Cerca de 300 pessoas estão mantidas como reféns, entre elas 132 crianças. Pelo menos nove pessoas morreram e quatro ficaram feridas.

O seqüestro começou quando o grupo de 17 pessoas, homens e mulheres, invadiu a escola logo após a cerimônia de volta às aulas, no momento em que os alunos se preparavam para entrar nas salas de aula. Segundo o FSB (serviço de segurança federal russo), alguns deles estariam usando cintos com explosivos.

Em seguida um tiroteio causou as nove mortes. Duas pessoas, entre elas um dos seqüestradores, morreram rapidamente. As outras sete, vítimas de ferimentos, faleceram no hospital, onde também eram atendidas outras quatro pessoas.

As autoridades russas não chegaram a acusar diretamente os separatistas chechenos, mas a proximidade geográfica da república rebelde e a possibilidade de que mulheres-bombas tivessem cometido os últimos atentados na Rússia tornavam essa teoria mais plausível.

O líder separatista checheno Aslan Masjadov, assegurou, em declaração ao site kavkazcenter.org, que "os inúmeros crimes contra a humanidade, praticados pela Rússia na terra do Caúcaso, tornavam possíveis respostas desumanas desesperadas como a ação de hoje, por parte de homens que perdem a razão".

"Num dos contatos que conseguimos manter com o grupo, os terroristas nos disseram que as crianças estavam bem, que nenhuma delas está ferida", anunciou o chefe do FSB na república russa, Valeri Andreiev, reiterando que não há alimentos nem água na escola, e que o grupo se negou a aceitar uma remessa desses produtos.

O local está cercado pelo Exército russo, mas o grupo ameaça explodir a escola caso os soldados entrem no prédio. Entre as exigências, os rebeldes querem a libertação dos presos envolvidos em atividades terroristas na república russa da Inguchétia, que as tropas russas sejam retiradas da Chechênia e o fim das ações militares nessa república.

Cinqüenta alunos que tinham se escondido durante a captura de reféns conseguiram escapar do seqüestro. O comando armado libertou 15 menores no início da tarde (horário local), mas agora ameaça "matar 50 menores por cada um de seus combatentes mortos e matar 20 por cada um ferido", segundo o ministro do Interior da Ossétia do Norte, Kazbek Dzantiev.

O líder da comunidade muçulmana da Ossétia do Norte, Mufti Ruslan Valgatov, entrou na escola para tentar negociar com o grupo, mas os terroristas se negaram a estabelecer contato com ele. Eles exigem a presença dos presidentes da Inguchétia e da Ossétia do Norte e do pediatra Leonid Roshal, negociador do seqüestro de 800 pessoas em um teatro de Moscou, em outubro de 2002. O atentado terminou com 129 reféns e 41 terroristas mortos, após três dias de cerco.

Centenas de parentes das crianças, alguns deles armados, não escondiam sua ira, considerando que as autoridades não faziam o bastante para obter a libertação dos seus filhos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, interrompeu suas férias e retornou à capital Moscou após ser informado do seqüestro. Assim que desembarcou, Putin entrou em reunião com o ministro do Interior, Rachid Nourgaliev, com o líder do FSB, Nikolai Patrouchev, e com o comandante dos guardas de fronteiras, Vladimir Pronitchev, anunciou o Kremlin.

Localizada em Beslan, uma cidade de 40 mil habitantes, a escola fica a 20 km ao norte de Vladikavkaz, capital da Ossétia do Norte. Segundo as autoridades locais, 850 alunos estudam no local.

O seqüestro acontece um dia depois de um ataque de uma mulher-bomba numa movimentada estação de metrô no centro de Moscou, capital, em que dez pessoas morreram e 51 ficaram feridas. Há oito dias, houve um duplo atentado contra dois aviões de carreira russos, provavelmente cometidos por duas mulheres chechenas, que deixou 89 mortos. O grupo islâmico ‘Brigadas Islambouli’ reivindicou a autoria dos dois atentados.




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