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Clóvis Volpi nega mais verba a vereadores
Raphael Di Cunto
do Diário do Grande ABC
19/11/2010 | 07:33
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O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), afirmou para os vereadores, em reunião anteontem, que até permite aumentar o orçamento da Câmara para 2011, mas jogou sobre eles o ônus pelo acréscimo de R$ 600 mil, que devem sair das verbas para a construção do novo hospital da cidade.

"O prefeito autorizou a tirar dinheiro da Secretaria de Saúde para investimento no hospital. Dos outros lugares não têm condições, porque já têm despesas atreladas a eles", afirmou o vereador José Vicente de Abreu, o Vicentinho (PR).

O argumento de Volpi se baseia no fato de que o dinheiro extra precisaria sair de recursos para investimentos, já que a Prefeitura não pode comprometer as verbas para custeio, pagamento de funcionários ou contratos. Sobraria, então, para o montante usado na construção do Complexo Hospitalar de Ribeirão Pires, com gasto estimado de R$ 10 milhões no próximo ano.

"Se eles retirarem de novo (o dinheiro) de um lugar que já está comprometido com um contrato ou verba para custeio, vou ter que vetar", pontuou o prefeito. "Dei uma alternativa, eles escolhem de onde tirar (o valor)", acrescentou.

Os vereadores querem aumentar o orçamento da Câmara dos atuais R$ 5,14 milhões para R$ 5,75 milhões. Mesmo com o acréscimo, o valor ainda é menor do que o estabelecido pela Constituição Federal, que permite usar até 6% do orçamento da cidade para custear o Legislativo - o que daria R$ 6,5 milhões.

Volpi, entretanto, se mostra reticente a elevar a verba da Câmara, assim como ocorreu no ano passado, quando os parlamentares fizeram emenda para subir o orçamento de R$ 4,4 milhões para R$ 5,27 milhões.

Porém, o prefeito vetou a emenda com o argumento de que precisava escolher as secretarias que perderiam recursos, mas, após as chuvas do começo de ano, desistiu de dar o aumento prometido para cobrir o prejuízo dos desabamentos e enchentes.

De forma velada, vereadores acreditam que atrelar o aumento do repasse às verbas da Secretaria de Saúde seria uma forma de Volpi recusar novamente o acréscimo, que causaria desgaste para o Legislativo por retirar dinheiro de uma área crítica.

 

Sem acordo - O presidente da Câmara, Edson Savietto, o Banha (PDT), disse que os vereadores ainda não decidiram se farão emenda ao orçamento ou se ficarão com os recursos disponíveis na peça proposta por Volpi e que entra em votação na terça-feira.

"Nem todos foram à reunião e é injusto tomar esta decisão sem eles", declarou o pedetista, que procura solução caso o recurso venha da Secretaria de Saúde.

"Se for isso mesmo, a ideia é recompensar com emendas de deputados federais que nós apoiamos na eleição e que se comprometeram a mandar dinheiro para Ribeirão Pires", pontuou.

O presidente descarta, porém, prejudicar o sistema de Saúde do município. "Não é dinheiro para compra de medicamentos ou pagamento de funcionários. Se fosse, jamais pensaríamos nisso."




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