Economia Titulo Seu bolso
Preços de brinquedos variam até 53,42%

No varejo do Grande ABC, mesma boneca é
encontrada entre R$ 149,90 e R$ 229,99

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
08/10/2017 | 07:17
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André Henriques


Na hora de comprar os presentes para o Dia das Crianças, os consumidores devem ficar em alerta, uma vez que o valor do mesmo produto pode variar até 53,42% no comércio do Grande ABC. A equipe do Diário fez levantamento em sete redes de lojas – sendo três em shoppings e quatro no comércio de rua – e verificou o preço de 12 itens na semana que antecede a data.

A maior diferença observada foi a da boneca Baby Alive – Cuida de Mim (Hasbro). Com preço médio de R$ 214,11, ela foi encontrada a partir de R$ 149,90 até R$ 229,99 – diferença de R$ 80,09, ou 53,42%.

Durante a pesquisa, a reportagem do Diário constatou que as lojas que praticam os menores preços eram as que estavam com o maior movimento. Como o comerciante tem a liberdade de praticar o preço que quiser, “o consumidor que quiser economizar deve pesquisar bastante antes de comprar”, recomenda a advogada da Proteste Associação Brasileira de Defesa do Consumidor Lívia Coelho.

Atenta à dica, a copeira hospitalar Elisângela Santos, 37 anos, já havia pesquisado valores em seis lojas. “Preciso comprar pelo menos cinco presentes para sobrinhos, filhos de amigas e para a minha filha”, conta. Apesar de ainda não fazer ideia do quanto planejava desembolsar, a busca pelo menor custo deu resultado, pois apenas no sexto estabelecimento os preços praticados estavam mais acessíveis.

A segunda maior oscilação encontrada, de 44,78%, foi nos carrinhos da Hot Wheels (Mattel), em sua versão unitária. Com diversas opções de modelos, pode ser comprado desde R$ 6,90 até R$ 9,99 – diferença de R$ 3,09.

O terceiro destaque é a boneca Minnie Conta Histórias (Elka), que custa cerca de R$ 84,95 e oscila de R$ 69,90 a R$ 99,99 nos sete estabelecimentos visitados – variação de 43,04% ou R$ 30,09.

Já a boneca Ladybug (Baby Brink), que foi encontrada por R$ 109,90, porém, pode custar até 36,47% mais, ou R$ 149,99.

A menor variação, de 8,31%, foi verificada no presente voltado às crianças que gostam de tecnologia. O tablet Kid Pad (Multilaser), com opções de cores, pode ser adquirido a partir de R$ 349,90 até R$ 379 – diferença de R$ 29,10.

Além de presentear os três filhos, de 2, 4 e 13 anos, a dona de casa Geiza Pereira, 30, estava comprando presentes para doar à campanha de arrecadação da escola das crianças. “Pretendo gastar até R$ 250 e estou optando por jogos educativos, como quebra-cabeça”, conta.

A vantagem, segundo Geiza, é que os filhos não costumam definir os presentes. “Peço para eles escolherem e, quando dizem o que desejam, pesquiso bem antes de comprar”, comenta.

De acordo com pesquisa de intenção de compras para o Dia das Crianças da Metodista, o gasto programado pelas famílias subiu de R$ 188,50, em 2016, para R$ 257 neste ano – descontada a inflação, alta de 9,39%. O preço médio que os consumidores estão dispostos a pagar, por presente, é de R$ 160 para os meninos e de R$ 132,50 para as meninas.


Há opções de até R$ 50 para presentear as crianças

Em tempos de crise, opções mais baratas conquistam o bolso do consumidor. Nos sete estabelecimentos pesquisados pela equipe do Diário foi possível encontrar diversas opções de até R$ 50 para presentear a criançada.

“Meu filho tem 2 anos e ainda não escolhe o presente, ele apenas disse que queria um carrinho”, exemplifica a engenheira química Joana Paula Muriana Gazani, 34 anos. “Até uns R$ 50 vou comprar o brinquedo que tiver o melhor custo-benefício”, conta.

Para os pequenos, é possível encontrar o Encaixa-Encaixa Dino Sabidinho (Cardoso) por R$ 29,90 e Blocos Quebra-Cabeça Sítio Alegrecom 36 peças (Xalingo) por R$ 19,90.

Voltado para os meninos, além dos carrinhos Hot Wheels (Mattel) por R$ 9,10, também é possível comprar o kit com minigame e carro do mesmo tema por R$ 49,90, além de carrinho com radiocontrole de diversos modelos, como Batman, por R$ 44,95.

Às meninas que gostam de bonecas, a Barbie Fashion (Mattel) é vendida por R$ 25,95 e, o Bebê Dengoso (Estrela), por R$ 29,99.

Quem busca opções de jogos pode encontrar o Quebra-Cabeça Liga da Justiça com 100 peças (Grow) por, em média, R$ 34,95 o Puxa-Puxa Batatinha (Estrela) por R$ 47,40 e o Qual É A Palavra? (Pais e Filhos) por R$ 39,90. Já o kit Super Massa Hambúrguer (Estrela) sai por R$ 34,95.


Consumidor deve tomar cuidado na hora da escolha

No momento da escolha do presente, o consumidor deve ficar atento. Só comprar produtos que tenham o selo do Inmetro é a principal dica da advogada da Proteste Associação Brasileira de Defesa do Consumidor Lívia Coelho. “Também é preciso ficar atento à faixa etária do brinquedo, pois ela indica qual é a idade mais segura para a criança ter contato com o objeto”, completa Lívia. No caso de itens originários de pirataria, que consequentemente não possuem o selo do Inmetro, os riscos são dobrados, alerta.

Trocas são direito do consumidor apenas se os itens apresentarem defeito ou estiver faltando alguma peça. Nesta situação, mesmo com a embalagem violada, o estabelecimento deve trocar o produto. “A maioria das avarias é notada somente quando o item é aberto.”

Para substituição no caso de a criança não gostar do produto vale a cortesia da loja, uma vez que ela não é obrigada a fazê-la. Por este motivo, é indispensável verificar, antes de efetuar a compra, quais as políticas de troca do comércio. “A maioria aceita sem a nota fiscal, mas é preciso confirmar antes”, alerta a advogada.

O valor da mercadoria na loja deve ser o mesmo do anunciado em folhetos ou meios de comunicação. Em caso de divergências, tanto de preço quanto com o selo do Inmetro, denúncia pode ser feita anonimamente aos órgãos de defesa do consumidor, que avaliarão o caso e, possivelmente, enviarão a fiscalização ao local. 




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