No Dia Mundial sem Carro o Grande ABC teve pouco a comemorar e muito a lamentar. As principais ruas e avenidas da região permaneceram exatamente iguais às demais datas do calendário: travadas. Como sempre, receberam mais veículos do que podem comportar, resultando em motoristas e passageiros estressados pela inércia forçada.

Vários são os motivos que fazem com que a população dê preferência ao transporte individual. Principalmente a comodidade de escolher o próprio caminho. E quanto mais pessoas tiram os carros da garagem, mais cheias ficam as vias, dificultando a passagem também daqueles que, por opção ou necessidade, utilizam o transporte público.

Certamente por isso, poucos foram os que resolveram aderir à iniciativa de, mesmo por apenas um dia, aceitar o desafio de buscar alternativa para os deslocamentos. E quem o fez, dificilmente se sentiu motivado a, espontaneamente, continuar a utilizar os meios coletivos de locomoção.

É mais do que urgente encontrar alternativas para desatar o nó que diariamente amarra o Grande ABC. Investir em Mobilidade Urbana é necessidade premente. Prefeituras e o Consórcio Intermunicipal precisam encontrar alternativas para que a utilização do sistema público seja uma regra e não exceção.

Corredores de ônibus, como os que foram anunciados em São Bernardo, devem ser saudados. Serão 19 quilômetros de vias, nos quais o coletivo terá prioridade sobre o individual e que deverá reduzir o tempo médio de deslocamento em pelo menos 40% em relação ao que ocorre atualmente. Além de um terminal de ônibus no bairro Batistini.

Precisa-se de mais, é claro. Mas toda e qualquer iniciativa no sentido de facilitar o fluxo de pessoas em direção ao trabalho, escola ou lazer é bem-vinda e sempre terá espaço de destaque neste Diário. Mobilidade é uma de nossas bandeiras. Necessário achar fórmulas para melhor locomoção. Essa é uma questão que contribui para a melhora de vida de todos.