Os números de multas por uso de celular ao volante por motoristas da região, expostos na edição de hoje deste Diário, servem de alento por um lado, mas por outro apontam que as autoridades precisam urgentemente ligar o sinal de alerta, apertar a fiscalização e lutar por leis mais severas, consideradas frouxas por especialistas, além de reforçar ou implementar ações de conscientização. Afinal, o levantamento obtido em cinco cidades mostra que no geral as infrações aumentaram 10,14% entre janeiro e julho, na comparação com o mesmo período de 2016.

O mais preocupante é saber que Mauá respondeu por 2.806 multas neste ano, contra 1.350 em 2016, o que significou aumento de impressionantes 107,85%. Alarmante também é o fato de São Caetano, a menor cidade da região em território, ter contabilizado salto de 85,65% (de 648 para 1.203 infrações). Caso os números nestas duas cidades não tivessem praticamente dobrado, é quase certo que a curva na região estaria na descendente e, quem sabe, mostraria que aos poucos os motoristas se conscientizam de que falar ao celular não significa apenas uma multa de R$ 130,16 e quatro pontos na carteira de habilitação, mas colocar a própria vida e a de terceiros em risco.

Infelizmente, mesmo nos três municípios onde houve queda no número de infrações – São Bernardo, Santo André e Ribeirão Pires –, especialista não acredita que o resultado signifique maior conscientização por parte dos motoristas. Na verdade, avalia que a redução esteja relacionada à esperteza das pessoas, mais atentas para driblar a fiscalização e fugir das multas. Pode-se até escapar dos olhos dos agentes de trânsito, mas quem abusa não está livre de provocar graves acidentes.

Caso de aeroviário de Santo André que por pouco não ficou paraplégico, após ter sua motocicleta atingida pelo carro de uma vizinha que, por causa do celular, deixou de prestar atenção no que estava à sua volta.