A empresa Tetra Pak desenvolveu duas tecnologias para produçao de garrafas PET que nao permitem a entrada de oxigênio nem a perda do gás carbônico no vasilhame. Os sistemas chamados Glaskin e Sealica estao em teste nas grandes e médias cervejarias do país. A empresa nao informa qual o investimento no desenvolvimento, feito em seu laboratório na Suíça, nem o custo de produçao das novas embalagens.

Mas, o diretor da divisao de Embalagens Plásticas da Tetra Pak, Alvaro Pereira, admite que elas serao um pouco mais caras do que as garrafas de PET usadas para embalar refrigerantes. "Porém, quando essas garrafas foram introduzidas no mercado tinham custo superior às de vidro e o consumo em grande escala fez com que ele fosse reduzido", lembrou.

O processo Glaskin consiste da aplicaçao de uma camada de óxido de silício no interior da garrafa, cuja preforma é injetada e depois soprada. Uma vez aplicado no interior da garrafa, o óxido de silício (um dos componentes do vidro) fica cristalizado, mantendo a transparência do recipiente, e nao deixa que o produto químico migre para o líquido armazenado.

A partir da outra tecnologia, a Tetra Pak oferece uma garrafa de duas camadas: uma delas 100% PET e a externa de epóxi blox, resina que impermeabiliza a garrafa. O processo permite que a preforma seja injetada com as duas camadas, para depois ser soprada e transformar-se em garrafa. Alvaro Pereira diz que, nesse processo, a transparência do vasilhame também é garantida.

Os dois tipos de embalagens estao em processo de aprovaçao de reciclagem, mas já sao usadas no exterior. O sistema Glaskin é utilizado nas cervejarias sueca Spendrups e alema Bitburger, há dois meses. O diretor da Tetra Pak defende que o PET da garrafa com óxido de silício pode ser reciclado como se fosse material 100% feito com a resina e depois encaminhado para reuso na indústria têxtil.

No Brasil, o consumo anual de cerveja chega a 8 bilhoes de litros, e a demanda per capita é de 49 litros. Na Alemanha, é de mais de 100 litros per capita/ano, e na regiao da Bavária o consumo se aproxima dos 200 litros per capita/ano.