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HSBC-Bamerindus quer agências abertas das 8 às 20 horas
Do Diário do Grande ABC
08/07/1999 | 17:41
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O presidente do HSBC-Bamerindus, Michael Geoghegam, defendeu nesta quinta-feira a ampliaçao do horário de abertura das agências bancárias. Se dependesse dele, as agências abririam diariamente das 8h às 20h, inclusive nos finais de semana. Segundo ele, a proposta, além de atender melhor às necessidades do consumidor e gerar mais negócios para os bancos, seria uma forma de enfrentar as atuais altas das taxas de desemprego no país.

A resistência dos sindicatos é, de acordo com ele, a principal barreira para que a idéia se concretize. Geoghegam, que trabalhou oito anos na Asia, disse que as agências do HSBC em Hong Kong abrem mais horas do que as brasileiras e também aos sábados. Na Inglaterra, as agências do Midland, banco que pertence ao grupo, estudam, no momento, o funcionamento aos domingos, visto que abrem aos sábados.

"Os bancos precisam mudar para atender melhor seus clientes", disse o executivo, durante almoço, promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef). Segundo Geoghegam, o custo de ter funcionários que trabalham apenas seis horas diárias é muito alto, "nao existindo em nenhum outro setor". Ele também se queixou do custo da segurança que os bancos têm, fazendo a seguinte comparaçao: as 1.600 agências do Midland sofreram 13 assaltos em 1998, perdendo US$ 150, enquanto nos primeiros cinco meses de 1999, as 1.600 agências do HSBC enfrentaram 112 assaltos, com um prejuízo de R$ 3 milhoes.

O presidente do HSBC defendeu investimentos crescentes e permanentes em tecnologia e no treinamento de funcionários. Neste ano, segundo ele, a instituiçao deve gastar R$ 20 milhoes em seu centro treinamento, em Curitiba. Trata-se de um hotel, comprado logo que Geoghegam chegou ao Brasil em 1997 que foi transformado em centro de treinamento. "Nós investimos no Brasil a longo prazo. Estamos aqui para bons e maus momentos", disse o executivo, justificando sua disposiçao de investir com perspectivas para longo prazo.

Mercado livre - Geoghegam considerou "importantes" as mudanças anunciadas pelo Banco Central, referindo-se basicamente à reduçao de compulsórios. Disse esperar, no entanto, "ainda mais". De imediato, ele nao acenou com a reduçao das taxas de juros ao consumidor final, alegando que as taxas atuais da instituiçao sao as mais baixas do mercado. Ele afirmou, no entanto, que as mudanças permitem que os bancos ganhem confiança para conceder empréstimos de longo prazo.

O presidente do HSBC defendeu a desregulamentaçao do mercado financeiro. "Nós precisamos de um mercado livre. Os banqueiros precisam decidir os produtos que querem vender e para quem querem vendê-los", afirmou Geoghegam. Sobre as perspectivas a longo prazo da economia brasileira, o presidente do HSBC manifestou confiança no país, dizendo que o Brasil "tem demonstrado que pode mudar", embora ainda haja muitas alteraçoes necessárias.




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