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Ação reúne forças contra abuso sexual nos transportes coletivos
Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
30/08/2017 | 07:00
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Casos cada vez mais frequentes, os abusos sexuais em transportes públicos motivaram a campanha Juntos podemos parar o abuso sexual nos transportes, lançada ontem em evento no TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo). A ação conta com a participação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Metrô e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e visa promover mudança cultural que estimule vítimas de abuso sexual nos transportes e pessoas que presenciam algum episódio de violência a denunciarem os agressores.

De janeiro a julho deste ano foram registradas 288 ocorrências relacionadas a abuso sexual em trens, metrôs e ônibus da Capital e da Região Metropolitana, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado. No mesmo período do ano passado foram 240.

A autônoma Marcela Guedes Fonseca, 28 anos, de Mauá, integra essas estatísticas. “Em fevereiro do ano passado estava sentada no trem, quando percebi o indivíduo com o órgão genital para fora, masturbando-se enquanto me olhava”, lembra ela, que filmou a cena, acionou o guarda quando o trem parou e registrou boletim de ocorrência.

Uma das idealizadoras da campanha, a juíza Tatiane Moreira Lima, da Vara de Violência Doméstica e Familiar do Butantã, ressalta que os números são subnotificados. “Muitas (pessoas) não denunciam por medo, vergonha, vontade de sair daquela situação e esquecer o ocorrido”, fala.

Durante esta e a próxima semana, as empresas participantes da campanha fixarão em coletivos cartazes com mensagens alusivas ao tema, além de postagens nas redes sociais.

Em julho, mais de 1.000 funcionários dessas companhias passaram por capacitação para estarem preparados para agir diante do problema. “O treinamento mostrou como deve ser o acolhimento à vítima, que não é a roupa que ela está usando que causa o abuso e que o responsável é o agressor”, ressalta a juíza.

De outubro a novembro, homens que forem denunciados nessa situação poderão passar por curso que abordará a questão. “Não adianta somente estimular a denúncia se não tiver programa que tente reduzir, de alguma forma, este crime”, pontua a magistrada. “Em dezembro, vamos coletar dados para verificar a eficácia da campanha, se houve aumento de denúncias e se as mulheres estão se sentindo mais seguras para poder ampliar a ação para todo o Estado”, conclui. 




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