Em assembleia-geral, metalúrgicos das montadoras decidem hoje quais serão os próximos passos da campanha salarial deste ano. O ato terá início às 10h, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na Rua João Basso, 231, Centro, São Bernardo.

Ontem, a FEM-CUT (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT de São Paulo) se reuniu com o Sinfavea (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores - que representa as montadoras) - para negociar as cláusulas da campanha - como o reajuste salarial. No entanto, há um impasse nas negociações e os sindicalistas não descartam greve para a próxima semana, caso não se chegue ao percentual pretendido.

No início da noite de ontem, segundo a federação, as bancadas discutiam a valorização do piso salarial da categoria (atualmente, de R$ 1.275). E, até o fechamento desta edição, dirigentes do sindicato e empresários continuavam em negociação.

Conforme o Diário publicou no início de agosto, o reajuste salarial deste ano para a categoria deve ficar acima de 7%. Para se ter ideia, em 2009, em meio à crise econômica mundial, o reajuste foi de 6,53%, mais abono.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, enfatizou, durante assembleia realizada há uma semana, que neste ano as montadoras estão batendo recorde de vendas, "por isso, é possível oferecer 9% de reajuste (como para os Grupos 3, 8 e de fundição)."

Até o momento, apenas os Grupos 3 e 8 e de fundição aceitaram a proposta patronal de reajuste salarial de 9%. Já os funcionários dos Grupos 2 (máquinas e eletrônicos) e 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico) iniciam greve, por tempo indeterminado, a partir de hoje.

Nas últimas negociações, a bancada patronal que representa o Grupo 10 ofereceu 5% de reajuste (inflação mais 0,68% de aumento real) e a bancada do Grupo 2, de 6,17% (inflação mais 1,8% de aumento real) - propostas reprovadas pela federação.

Estão em campanha cerca de 50 mil metalúrgicos nas montadoras nas regiões do Grande ABC, Taubaté, São Carlos e Tatuí e a data-base é 1º de setembro.

MOBILIZAÇÃO
Desde quarta-feira, funcionários das montadoras realizaram pequenas paralisações, demonstrando insatisfação quanto às negociações.