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Fundação Sto.André quer tombar a Casa Amarela
Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
09/11/2002 | 18:57
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A Fundação Santo André providencia a abertura do processo de tombamento histórico da Casa Amarela, hoje a sede administrativa da faculdade, onde funciona a reitoria. Com aproximadamente 100 anos (a data exata de sua construção está em estudo), o prédio é “um marco e um símbolo material da Fundação”, como definiu o fundador da faculdade, o professor Nelson Zanotti. Neste momento, segundo a Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André), o processo, iniciado no segundo semestre do ano passado, aguarda algumas documentações que devem ser apresentados pela Fundação.

Antes de ser a sede administrativa da Fundação, a Casa Amarela era moradia do exportador de café de origem inglesa Charles Murray, o Sítio de Tangarás – uma área de cerca de 25 alqueires com uma rica flora de cedros, castanheiras e velhos eucaliptos, onde hoje é a faculdade. Em 1966, o sítio foi desapropriado pelo então prefeito Fioravante Zampol para ser o núcleo universitário que para lá mudou-se. A Fundação Santo André foi inaugurada em 1962, pela Prefeitura de Santo André.

Segundo o professor Zanotti, o nome Casa Amarela surgiu quando a faculdade ali se instalou, por ser esta cor a pintura escolhida e mantida até hoje de sua fachada. Segundo o professor, com o tombamento histórico será preservada a construção centenária que, apesar de nunca ter passado por reformas, ainda tem “extraordinária solidez e não apresenta rachaduras”.

Além da estrutura, a casa tem valor histórico por apresentar uma mistura de estilos. “Alguns detalhes lembram um balcão florentino, junto à varanda; no todo é uma construção Mediterrânea ou talvez um estilo comum europeu”, disse. A madeirame da casa tem estilo enxamel alemão, sendo considerada “uma marcenaria requintada”, segundo o professor.

Príncipe – Em sua história, a Casa Amarela tem o registro da visita do príncipe de Gales Eduardo, na década de 1920, que originou o nome da avenida e do bairro. Em 1938, o príncipe assumiria o trono da Inglaterra como Eduardo VIII. Quando veio à Casa, estava acompanhado de seu irmão, o príncipe Jorge, que com a renúncia de Eduardo, tornou-se Jorge VI. Eduardo e Jorge eram filhos do rei Jorge V e da rainha Mary, da Inglaterra, e em visita ao Brasil, vieram o São Paulo. Como Murray era amigo do cônsul da Inglaterra, eles organizaram juntos uma recepção para os príncipes, realizada nos jardins da Casa Amarela, denominada de garden party. Pelo fato histórico, o bairro e a avenida receberam o nome de Príncipe de Gales.




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