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Nilson Bonome vive momentos de incerteza
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
15/10/2011 | 07:05
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O secretário de Gabinete de Santo André, Nilson Bonome (PMDB), vive momentos de incerteza. O homem-forte do governo Aidan Ravin (PTB) vem perdendo espaço e já não é mais unanimidade entre aliados. Ontem, o chefe do Executivo teve outra conversa séria com o peemedebista para colocar ordem na casa.

A relação entre eles já não é mais a mesma desde que Bonome declarou, há três semanas, que Aidan poderia perder apoio do PMDB e do PSDB caso as conversas com os partidos não fossem bem amarradas nos âmbitos estadual e federal. A análise foi interpretada como afronta ao potencial de atração do governo.

Depois do episódio, Bonome passou por altos e baixos. No dia 4 garantiu que seu poder na Prefeitura continuaria inabalável. Na ocasião, comandava concomitantemente as Pastas de Saúde e de Gabinete. No dia seguinte, porém, anunciou de surpresa, em evento público, que deixaria a Secretaria de Saúde.

Ficou somente na articulação entre Executivo e Legislativo. Mas nem mesmo essa que é uma de suas principais funções está exercendo. Há quatro sessões o peemedebista não aparece nas sessões.

Nos bastidores, comenta-se que alguns vereadores da base aliada o procuraram para despachar e ouviram que ele não exerce mais essa função. Ventila-se que esse trabalho seja feito por Antônio Feijó, presidente do DEM e assessor direto de Aidan, e por José Antônio Acemel, o Espanhol (PSDB), secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico.

Informações disseminadas por integrantes do Paço dão conta de que o espaço conquistado por Bonome será diminuído ainda mais. O que mostraria poder de Aidan Ravin, que até então estava na sombra do secretário de Gabinete. Na prática, o articulador aparecia mais do que o próprio prefeito. E a menos de dez meses do início das campanhas eleitorais, o chefe do Executivo assume as rédeas do grupo que tantará levá-lo ao segundo mandato. 

OUTRO LADO

Por outro lado, há corrente da administração petebista que avalia a saída de cena de Nilson Bonome - ainda que temporária - como prejudicial ao projeto de reeleição. O peemedebista tem penetração na periferia e o prefeito na classe média.

Antes de se engajar na campanha de Aidan em 2008, Bonome se aproximou do PT, cuja chapa majoritária era encabeçada por Vanderlei Siraque. Os petistas recusaram parceria com o empresário de Mauá, que tempos depois mudaria de mala e cuia para Santo André, como apoiador da campanha vitoriosa do ex-vereador e médico que pela primeira vez chegou ao comando do Paço.

Talvez, Bonome não tenha sido preponderante para a conquista petebista, que retirou o PT do poder depois de 12 anos consecutivos. Mas foi um dos elementos que colaboraram para o sucesso da empreitada. Para a ala defensora do secretário, é melhor tê-lo como colaborador do que como adversário. Aidan também deve pensar assim. Mesmo com as celeumas atuais, o peemedebista ainda é cotado como vice na chapa governista em 2012.




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