Economia Titulo Contra crise
Contra crise, Sto.André vai ampliar a iniciativa privada

Evento da Prefeitura abordou mudança no setor
público e contou com a presença de João Doria

Gabriel Russini
Especial para o Diário
10/08/2017 | 07:29
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André Henriques/DGABC


A Prefeitura de Santo André quer ampliar a participação da iniciativa privada no setor público para driblar a crise e levantar recursos para ajudar a sanar o deficit público. O tema foi abordado ontem, durante o 1º Meeting Empresarial, realizado no Teatro Municipal andreense, que contou com a participação dos prefeitos Paulo Serra (PSDB) e João Doria (PSDB), da Capital.

“O objetivo é reconhecer que se faz necessária a maior participação da iniciativa privada no setor público”, assinalou Doria em discurso de dez minutos que abriu o evento, que tem o intuito de levantar discussões envolvendo o futuro do município nos próximos 30 anos. “E o empresário deve desempenhar seu papel de cidadania, além de gerar empregos e investimentos para a cidade, agora e para o futuro.”

Durante o encontro, o prefeito de Santo André assinou protocolo de intenções em parceria com o MBC (Movimento Brasil Competitivo), que tem o objetivo de realizar mapeamento no sistema econômico da cidade para a injeção de futuras ações do setor privado na administração municipal através do PMGP (Programa Modernizando a Gestão Pública). “O agir e não agir é com vocês (empresários)”, afirmou Claudio Gastal, presidente executivo do MBC, em tom de sinalização para investimentos na cidade. A parceria faz parte do projeto Santo André 500 Anos, que visa planejar o município para as décadas seguintes, e tem como meta a melhoria na eficiência dos gastos públicos, com efeitos a curto e a longo prazos.

Entre os temas debatidos pelos presentes no encontro foi a implantação do Parque Tecnológico de Santo André e o Centro de Inovação, que, de acordo com Paulo Serra, a fase embrionária para a viabilização do projeto será iniciada apenas em 2018. “As incubadoras são o primeiro passo do complexo”, disse.

Renato Bonaventura, presidente da Rhodia-Solvay Fibras, Sebastian Soares, sócio líder de mercado empreendedor da KPMG do Brasil, e Chieko Aoki, presidente da rede Blue Tree Hotels participaram do evento como palestrantes. Companhias como a Pirelli e entidades como a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) também estiveram presentes.

“Em tempos de crise, não há como desvincular o setor privado da cidade, prova disso é a manutenção de 40 equipamentos públicos, como praças e parques da cidade, que estão nas mãos de empresas”, disse Paulo Serra, que garantiu ter herdado apenas R$ 28 mil em caixa no primeiro dia de mandato, além de dívida de R$ 320 milhões a curto prazo e R$ 1,7 bilhão em precatórios. “A tendência é tornar a desestatização da máquina algo mais recorrente. O setor público não pode abraçar tudo”, complementou Doria.

Questionado a respeito de possíveis empecilhos que travam a vinda de empresas à cidade, como custo de terrenos, problemas de logística e alto custo de mão de obra, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Santo André, Ailton Lima, defendeu que a localidade possui conjunto de fatores que se sobressaem a outras cidades. “Temos infraestrutura, linha férrea, boa capacidade viária e excelente mão de obra, que é mais cara do que em cidades do Interior, por exemplo, porque a qualificação é maior.”

Outro ponto que está sendo discutido pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, lembrou Lima, é a implementação de uma lei de incentivo fiscal para as sete cidades. “Queremos criar espécie de pacto de não agressão fiscal entre as cidades”. Ele se refere à proposta de unificar as alíquotas de ISS (Imposto Sobre Serviços) nas sete cidades. Conforme o secretário, o projeto está em fase de discussões nas reuniões mensais da entidade.  




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