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Comando itinerante do ETA causa terror em Andaluzia
Do Diário do Grande ABC
10/10/2000 | 13:09
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Apesar da prisao de seus dirigentes na França e do desmantelamento do seu aparato político na Espanha, o ETA mantém um comando ativo em Andaluzia, que segundo a polícia, assassinou nesta segunda-feira um fiscal em Granada e cometeu três atentados frustrados contra militares desde o sábado passado.

``Nao queremos ficar obcecados, entretanto está claro que cada vez temos que tomar mais cuidado', afirmou nesta terça-feira um alto funcionário do Conselho de Justiça do Governo regional andaluz, depois que o chefe da fiscalizaçao do Tribunal Superior de Justiça, Luis Portero, foi morto a tiros na entrada de sua residência.

Debilitada pelas últimas detençoes na França e Espanha, a organizaçao separatista basca ETA mostrou nos últimos três dias que, pelo menos no Sul da Espanha, dispoe de um comando itinerante capaz de matar.

Os três assassinos de Portero estavam bem informados sobre seus costumes. Sabiam que o fiscal tinha escolta policial que o acompanhava ao trabalho pela manha, mas era dispensada na volta para casa.

Os mesmos integrantes do ETA também sao suspeitos de ter colocado três bombas em menos de 48 horas durante este fim de semana na regiao. Nenhum dos três explosivos causou vítimas.

Uma brigada percorreu 124 km com uma bomba em seu carro antes de descobrí-lo, enquanto outros dois militares encontraram um explosivo em seus veículos antes de entrar dentro deles. Em todos os casos, as bombas foram desarmadas pela polícia.

"Os ativistas de ETA conhecem muito bem a zona e a tem muito bem trabalhada', informaram fontes de luta anti-terrorista.

Em julho passado, o comando da Andaluzia já havia assassinado em Málaga o conselheiro do Partido Popular (centro-direita, no poder em Madri), José María Martín Carpena. Também colocaram uma bomba no carro do socialista José Asenjo, que nao chegou a explodir.

Os investigadores acreditam que o comando da Andaluzia do ETA é formado por pelo menos cinco pessoas, entre as quais está Gorka Palacios, suspeito do assassinato de Carpena e responsável pela criaçao de toda uma rede de informantes.

Em outubro de 1999, a polícia francesa prendeu no Sul da França a negociadora do ETA com o Executivo espanhol, Belén Gonzáles Penalva, que tinha uma lista com os 50 objetivos da organizaçao basca na Andaluzia.

Segundo a polícia, uma vez que os comandos já combinaram seus planos, podem passar semanas, até meses, sem falar com a direçao do ETA.

Nem as prisoes do suposto número 1 do ETA Iñaki de Rentería e de outros 15 integrantes do grupo na França realizados em setembro do ano passado nem o desmonte do seu aparato impediu o comando de Andaluzia de dar seqüência a suas açoes terroristas.

O grupo até parece estar mais motivado pelo fato de ter que provar que continua em operaçao, segundo analistas políticos.

As forças de segurança temem um novo atentado no Sul da Espanha. Cada uma das três bombas desativadas este fim de semana na Andaluzia (Sul) tinha gravado o nome de ativistas do comando Vizcaya do ETA, mortos no dia 7 de agosto passado numa explosao em Bilbao (País Vasco) do carro que transportava explosivos.

O comando Vizcaya estava formado por quatro pessoas e somente três bombas tinham sido neutralizadas até o momento.




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