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Portadores do novo
Do Diário do Grande ABC
27/07/2017 | 09:01
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Artigo

A política brasileira sofre de apego ao passado. Até mesmo as forças progressistas deixaram de ser portadoras do novo. Mas nunca foi tão urgente imaginar o futuro desejado e como construí-lo. O novo está mais no dinamismo decorrente da coesão social, do que na disputa de interesses de grupos, corporações e classes: empresários precisam entender que há um interesse nacional comum; os trabalhadores precisam perceber que a luta sindical não deve sacrificar a estabilidade nacional nem o bem-estar do povo. Ser moderno é servir aos interesses do público, seja com instrumentos estatais, privados ou em parceria.

O novo exige que a economia seja eficiente, que a moeda seja estável e que o seu excedente seja usado para cuidar dos serviços públicos com qualidade e respeito aos usuários. O novo está na educação capaz de construir uma sociedade do conhecimento, da ciência, da tecnologia, da inovação, da cultura.

O novo não é mais a proposta da igualdade plena na renda, que, além de demagógica, é autoritária, ineficiente e não respeita o mérito, o empenho e as opções pessoais. O novo está na tolerância com uma desigualdade na renda e no consumo dentro de limites decentes, entre piso social que elimine a exclusão e teto ecológico que proteja o equilíbrio ambiental. Entre estes limites, é preciso a escada social da educação que permita a ascensão das pessoas, conforme o talento e o desejo de cada um.

O novo não está mais na ideia de economia controlada sob o argumento de ser justa, mas no entendimento de que o seu papel é ser eficiente sob regras éticas nas relações trabalhistas, no equilíbrio ecológico e na interdição de produzir bens nocivos. O novo está na definição ética do uso dos resultados da economia eficiente para construir a justiça, com liberdade e sustentabilidade.

O novo não está na riqueza definida pelo PIB, a renda e o consumo, mas na evolução civilizatória, por exemplo; não está no número de carros produzidos, mas na eficiência como funciona o transporte público. O novo não está na velocidade como se destroem florestas e sujam-se rios, mas na definição de regras que permitam oferecer sustentabilidade ecológica e monetária. O novo não está na segurança de mais prisões para bandidos, mas na paz entre os cidadãos.

O novo não está mais no excesso de gastos e de consumo, mas na austeridade que permita sustentabilidade e bem-estar. A política nova não está apenas na democracia do voto, mas também no comportamento ético dos políticos, em eleições com baixo custo, espírito público sem corporativismo, e na apresentação de propostas para o futuro, mesmo que isso implique em suicídio eleitoral, porque em tempos de mutação, os portadores do novo correm o risco de solidão. Mesmo assim, é preciso dizer: o novo está na Educação.

Cristovam Buarque é senador da República.

Palavra do leitor

Governo sem moral
Esse PDV (Plano de Demissão Voluntária) do governo federal só daria certo (fora raras exceções) se houvesse um governo com moral e competência, coisa que não é o caso do nosso País. Portanto, já que as autoridades competentes fazem vistas grossas para esse mar de lama e a despesa que esses políticos com seus acessores, secretários, verbas disso e daquilo etc,etc, causam à Nação, a solução é ir para as ruas e dar um basta nessa verdadeira baderna e mudar essa política corrupta, antes que o Brasil vá de vez para o fundo do poço, se é que ja não chegou lá. Mas vamos pelo velho ditado: aonde há esperança há salvação.
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá

Resposta
A reportagem ‘Falhas operacionais resultam em queda no fluxo de veículos no Trecho Leste do Rodoanel’ (Setecidades, dia 24) não apresenta qualquer dado que demonstre a afirmação do título. No que diz respeito à iluminação, o trecho atende todos os critérios de segurança viária que obriga iluminar dispositivos de acesso, pontes, viadutos, praças de pedágio, passarelas e pontos do Serviço de Apoio ao Usuário. Nos demais trechos não é obrigatória a instalação, o que não afeta a segurança viária, uma vez que o próprio farol dos veículos ilumina a via com reforço de dispositivos de retrofletância, como olho de gato e a própria pintura de faixa. Os postes adicionais instalados pela concessionária SPMar podem ser acionados pela empresa a critério dela, sob expensas da mesma. Quanto aos excessos de velocidade, a rodovia está devidamente sinalizada informando os limites. Já a qualidade do sinal de telefone celular é de responsabilidade das operadoras de telefonia móvel. Em relação aos call boxes, a Artesp monitora on-line, pelo Centro de Controle de Informações da Agência, o funcionamento dos equipamentos. Contratualmente, a empresa é passível de multa quando o índice é abaixo dos 90%. No caso da SPMar, a mesma ficou abaixo desse índice em abril de 2017 e foi notificada pela Artesp.
Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo

Nota da Redação: O Diário mantém as informações.

Aposentadoria
Se ex-presidentes não têm aposentadoria, como reclamou o advogado do ex-presidente Lulla, mas o Estado mantém à sua disposição oito seguranças, até para viagens internacionais, não ficaria mais barato ao contribuinte pagar uma aposentadoria do teto em torno de R$ 33 mil? Uma excelente aposentadoria negada a qualquer brasileiro e não precisaríamos manter ad eternum esse séquito de seguranças como se fossem reis da Inglaterra. Fora que nos livraríamos de qualquer responsabilidade de manter tantos funcionários quando ex-presidentes ganham ‘milhões com palestras’!
Beatriz Campos
Capital

Bons ventos
A decisão do desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de manter o bloqueio dos bens arrestados pelo juiz Sérgio Moro é um bom sinal de que ainda há juízes no Brasil.
Claudio Juchem
Capital

Se correr o bicho pega
É inaceitável que Michel Temer esteja cercado de assessores alvos de sérias denúncias e investigados pela Operação Lava Jato, correndo sério risco de irem parar atrás das grades de uma hora para outra, como já aconteceu com alguns. Aliás, não só seus assessores, mas o próprio presidente está com a espada de Dâmocles suspensa diretamente sobre sua cabeça, como se usa dizer. Assim fica difícil.
José Marques
Capital 




Comentários

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