A bronca que o prefeito de Mauá, Leonel Damo (PV), deu aos vereadores da base aliada, havia 10 dias, pedindo um discurso unificado, definitivamente não surtiu efeito. A troca de farpas entre os parlamentares governistas continua a todo vapor no Legislativo. O último round envolve Átila Jacomussi (sem partido) e o líder do Governo, Luiz Alfredo Simão (PTB).

Depois do petebista questionar a fidelidade de Átila em relação à administração, o vereador partiu para o revide a Simão. “Eu não o respeito como líder. Desde que assumiu a função, ele só sabe desagregar. Não acrescentou nada à administração.”

O parlamentar revela que perdeu o estímulo de participar de encontros com os governistas desde que Simão assumiu a liderança, em janeiro. “Não dá ânimo de ir às reuniões. O ciúme dele está acima do limite. Para mim, o Simão é uma pessoa desequilibrada.”

Átila sugere que Simão tome uma atitude mais radical: “Ele faria um grande favor ao governo se entregasse o cargo de líder.”

Simão dá o troco no mesmo tom. “Está com inveja porque não foi escolhido líder pelo prefeito. Não me surpreende o Átila dizer que não me respeita, porque ele não respeita nem o Leonel.”

O petebista provoca um pouco mais. “Não vou renunciar, como ele quer, porque senão vai querer ser líder. Para isso é necessário ter postura e compromisso político, o que não é o seu caso. Ele já traiu o nosso grupo quando éramos da oposição e foi correndo para o lado do prefeito. Quem trai uma vez trai sempre”, ataca Simão.

O líder de Damo na Câmara não alivia. “Além de ser desagregador, também é fuxiqueiro.”

Até mesmo em reuniões reservadas os dois têm se estranhado. Os ataques se intensificaram nas últimas semanas, após o pai de Átila. o secretário de Obras Admir Jacomussi (sem partido), ter demonstrado intenção de disputar a cadeira de Damo em 2008. Simão chegou a cobrar explicações do prefeito sobre o posicionamento de seu homem de confiança.

Irritado, Átila Jacomussi também critica o secretário de Governo, Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PSB), líder do grupo a qual Simão faz parte. “Se o Chiquinho estiver coordenando esses ataques, ele está dando um tiro no próprio pé.”

Reafirmando que só deve fidelidade a Leonel Damo – “e a mais ninguém” –, Átila é irônico ao responder se subiria ao palanque em uma suposta dobrada Leonel-Chiquinho no ano que vem. “Prefiro Leonel-Jacomussi (o pai). Até porque ele tem mais apoio popular que o Chiquinho.”