Política Titulo
Câmara de Diadema abafa denúncia contra Michels
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
21/02/2006 | 07:49
Compartilhar notícia


Vereadores de Diadema abafaram segunda-feira denúncia de suposta quebra de decoro parlamentar pelo líder do PSDB na Câmara, Lauro Michels (PSDB). O tucano é acusado de ter relatado, sem provas, a existência de um mensalinho de cargos mantido pela Prefeitura para a Câmara, durante a visita do pré-candidato a governador do Estado Aloysio Nunes Ferreira ao diretório do PSDB na cidade. Na reunião de segunda-feira, os vereadores foram proibidos de falar sobre o assunto.

Segundo relato de parlamentares, a declaração atribuída a Michels – “todos os vereadores, se não têm mensalinho em dinheiro, têm em cargos na Prefeitura” – foi confirmada por pelo menos um tucano, em reunião fechada na semana passada. Os vereadores decidiram segunda-feira que o único que falaria oficialmente sobre o caso seria o presidente da Casa, Marco Antônio Ernandes, o Marquinho (PT). E o caso foi resolvido, segundo o petista.

“Comissão de Ética está descartada por enquanto. Morreu o assunto”, garantiu Marquinho. O presidente do Legislativo disse também que os vereadores não ficaram magoados pelas supostas declarações de Michels no diretório tucano. “Ele reafirmou que não disse aquilo e os vereadores ficaram satisfeitos com o que ele colocou na reunião (de segunda-feira)”, afirma.

Ressentimento – Mas ainda há quem guarde mágoas com Michels. Ao menos três vereadores que estavam na reunião de segunda-feira queriam levar o caso adiante, mas venceu a turma do deixa disso. Foi sugerido ainda que o tucano elaborasse uma nota oficial, com o qual ele mesmo concordou, mas a proposta foi derrubada segunda-feira pela maioria dos vereadores.

No fim, a operação serviu para dar um susto em Michels, que tem feito duras críticas à Prefeitura. É ele um dos autores – o outro é o vereador Vagner Feitosa, o Vaguinho (PSB) – da denúncia de que medicamentos vencidos e ainda no prazo de validade estocados no almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde seriam incinerados. Em seu primeiro mandato, o parlamentar tucano é considerado “imaturo” e “afobado” por alguns vereadores com mais tempo de Casa.

Criada em 2000, a Comissão de Ética nunca foi usada pela Câmara. Em geral, as divergências são resolvidas em discussões entre os vereadores. Caso o processo de Michels fosse encaminhado à Comissão, três seriam os cenários possíveis: suspensão dele das atividades legislativas por um período determinado, cassação do mandato ou absolvição.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;