O diretor de cinema sueco Ingmar Bergman, 81 anos, disse em uma rara entrevista que a morte de sua mulher o deixou insensível e que preferia suicidar-se a presenciar a deterioraçao de seu próprio corpo. Em entrevista à emissora TV4, ele descreveu a dor que causou a perda da mulher, Ingrid, em conseqüência de um câncer em 1985. ``Brincávamos com Ingrid de que eu seria o primeiro a morrer. Ela me tomava a mao e a comprimia entre as suas', revelou Bergman. ``Fiquei paralisado. Nao me importa em absoluto se continuo vivendo'.

O diretor de obras como ``O Sétimo Selo' e ``A Fonte da Donzela' quase nunca fala à imprensa, porém, concedeu a entrevista porque foi levado a um clima informal em uma conversa gravada em vídeo com seu amigo, o ator Erland Josephson. Bergman nao descarta o suicídio. ``é terrível converter-se em um vegetal e ser um fardo para os demais. Porém, alguém pode decidir por si só se quer continuar ou nao', acrescentou. Quando o perguntaram se se referia ao suicídio, o cineasta respondeu que sim. Bergman é um solitário que passa a maior parte do seu tempo em casa, nas semi-autônomas Ilhas Faeroe, a 160 quilômetros a sudoeste de Estocolmo.