Alckmin lembra que além da penitenciária de Presidente Bernardes, São Paulo tem várias penitenciárias de segurança máxima. “O problema não é o prédio, qualquer penitenciária pode ter um RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) como ocorreu aqui”, disse Alckmin. “As outras, exceto a de Bernardes, não foram construídas para serem de segurança máxima, mas adotam o RDD e isso pode ser feito em qualquer Estado”, completou.
O governador voltou a elogiar a aprovação, em primeiro turno, na Câmara, da mudança da LEP (Lei de Execuções Penais). “Acho que é um avanço. Temos uma lei que é fraca com o crime organizado e muito dura com o pequeno, com casos mais leves”, disse Alckmin. “Então, a mudança da LEP vem em duas direções necessárias: endurecer contra o criminoso de maior periculosidade e ter uma progressão mais rápida da pena para casos mais leves.”
Alckmin elogiou também a retirada do texto da expressão que proibia a realização de vídeoconferência para o interrogatório de presos. “Seria um retrocesso.” São Paulo já tem duas varas que realizam audiências virtuais.
Comemoração – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, comemorou a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto que modifica a Lei das Execuções Penais, tornando mais duro o regime carcerário para criminosos de alta periculosidade ou de mau comportamento. “Foi uma resposta pronta e forte do Legislativo na luta contra o crime organizado”, disse o ministro, durante debate na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.
Para Thomaz Bastos, ao mesmo tempo em que reforça o controle sobre os chefes do crime organizado, a nova lei “vai criar condições de eliminar o burocrático exame criminológico, tirando da cadeia quem não precisa estar lá”. Isso porque o projeto, que ainda precisa de aprovação no Senado, torna mais rápida a concessão da progressão da pena para detentos que não são perigiosos, contribuindo dessa forma para descongestionar presídios e delegacias.
Preocupação – Já o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rubens Aprobatto, disse que recebeu com preocupação a aprovação na Câmara do dispositivo do projeto de lei que dá ao diretor de presídio poderes para transferir e isolar detentos envolvidos em motim. “Podem acontecer perseguições, violências e corrupções”, justificou Aprobatto, acrescentando que a eficácia da lei dependeria da boa formação do diretor. Ele avalia que o projeto também pode estimular rebeliões como estratégia para isolar os inimigos nos presídios.
Aprobatto concorda, entretanto, com o artigo do projeto que aumenta a pena de isolamento em cela individual de 30 para até 360 dias para presos de alta periculosidade. Mas defende que a aplicação de uma pena mais rigorosa passe pela avaliação do juiz corregedor do presídio.
O presidente da OAB também elogiou o projeto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que prevê aumento de penas para quem praticar crimes contra policiais, magistrados e membros do Ministério Público. Aprobatto defende, porém, a inclusão de crimes contra advogados na lista de penas mais severas. Ele explica que o volume de ataques a advogados é elevado. Esse projeto ainda precisa passar por votação no plenário.
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