O prefeito Aidan Ravin anunciou ontem a tão prometida reforma do Bruno Daniel. E, apesar da iniciativa da Prefeitura, ele aguarda algum tipo de participação do Santo André, principal usuário do espaço, na manutenção do local, em iniciativa que se assemelha à do São Bernardo FC com o Paço Municipal vizinho. Ainda de acordo com o mandatário, a relação entre clube e administração segue a mesma, sem que haja cobrança pelo uso do estádio em jogos e treinos do Ramalhão.

"Sendo um clube de Santo André, da cidade, não cobramos nada, mas gostaríamos de uma participação. Não tem nada definido a respeito, mas o mínimo seria alguma coisa. Uma mão lava a outra", afirmou o prefeito, que sugeriu que o clube assumisse, por exemplo, a manutenção do gramado - o mesmo que o Tigre faz no Estádio 1º de Maio.

Sobre as intervenções, Aidan disse que serão efetuadas em duas etapas que, juntas, custarão até R$ 8 milhões. "A primeira fase será de destruição da cobertura (marquise), porque ela causa a interdição. Depois, a ideia é construir os vestiários, administração e sala de imprensa atrás da arquibancada descoberta, e transformar em piscinão o local onde estão os vestiários. Essa parte melhoraria a situação aos jogadores e resolveria problemas de enchentes para a população da Vila América", disse Ravin. A parte inicial deve ficar pronta em 60 dias, e a segunda, em nove meses.

Ontem, funcionários da empresa contratada desmontavam os assentos das cadeiras cobertas e as grades de separação dos torcedores. Hoje, começam a ser retiradas as lâmpadas dos refletores, seguidas das girafas e aí, enfim, a laje.

Segundo o secretário de Obras e Serviços Públicos, Alberto Casalinho, a estrutura de iluminação será reutilizada, assim como os materiais demolidos da marquise. "Será investido R$ 1,5 milhão, mas parte do dinheiro retorna indiretamente, porque teremos 4.500 m³ de material reciclável de primeiro nível a reaproveitar", disse ele, que acredita em R$ 700 mil de retorno.

Gramado será replantado assim que licitação for publicada

Durante o período das obras para a demolição da marquise do Bruno Daniel, será realizada também a reforma do gramado, para que fique pronto até o início da Série C. Antes, porém, será necessária publicação da licitação vencida pela World Sports em janeiro.

O presidente da empresa especializada em gramados esportivos, Roberto Gomide, disse que segue aguardando. O prefeito Aidan Ravin justificou a demora: o contrato antigo previa custo de R$ 70 mil e o novo, de R$ 240 mil. "A licitação ficou parada por causa dos valores. Mas se provar que está certo, vamos assinar", disse.

Gomide, no entanto, esclareceu o aumento na cobrança. "Antes prestávamos apenas mão de obra e essa nova licitação tem todo o serviço necessário incluso (adubação, utilização de máquinas, entre outros). O valor cresceu porque triplicou a quantidade de coisas", justificou.

Reforma visa transformar local em subsede à Copa de 2014

O processo de modernização ao qual o Estádio Bruno Daniel está sendo submetido tem dois outros motivos além das visíveis necessidades estruturais: transformar Santo André em uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014.

"O clube da cidade atingiu nível de maturidade que precisa de uma casa, a cidade necessita e a Copa está aí. Nos candidatamos a subsede, fomos aprovados inicialmente e estamos como pleiteantes. É um investimento que, além de honrar nossa proposta, vem complementar a conquista (de ser uma das pré-escolhidas). Mas é uma conquista que vai ficar para a população", disse o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Edson Salvo Melo.

Segundo o prefeito Aidan Ravin, a obra será realizada com padrões internacionais. "Teremos um estádio dentro das normas da Fifa."