Ex-prefeiturável de Diadema, o deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB) criticou o fato de o vice-prefeito Gilson Menezes ter trocado o PSC pelo PSB, justamente o partido que se aliou aos tucanos na campanha eleitoral do ano passado. "O político tem de ser coerente", provocou logo de cara , durante visita ontem ao Diário.

José Augusto referiu-se ao fato de Gilson ter trocado de partido várias vezes, e, principalmente, estar ora de um lado ora de outro. "Na última eleição, falou mal do Adelson (Manoel José da Silva, do PSB, que saiu como vice do tucano) e até mesmo de sua família. Assim como chamou de ladrão o Filippi (o ex-prefeito petista José de Filippi Júnior) no passado. Agora, todos estão juntos e abraçados", apontou o parlamentar.

Indagado sobre a razão de o vice-prefeito ter se juntado ao PSB, partido que ainda oficialmente faz oposição ao governo Mário Reali (PT), o tucano disse desconhecer. "Estou afastado disso. Sinceramente, é uma grande interrogação para mim também. Mas, com certeza, o tempo dirá", afirmou, ao lembrar que não conversou com Adelson nos últimos tempos.

Pré-candidato à reeleição na Assembleia, José Augusto evitou entrar no embate com relação à postura contraditória também do atual presidente do PSB com relação a Gilson. "Eu estimo o Adelson, pessoa humilde, séria e liderança do partido na cidade. Talvez não tenha sido da vontade dele", afirmou, sem entrar em detalhes no que quis dizer.

Gilson rebateu José Augusto. "Isso é uma grande mentira, nunca ofendi o Adelson". No entanto, durante a campanha, por várias vezes, Gilson fez discursos críticos não só ao socialista mas também ao tucano.

Quanto ao episódio com Filippi, que foi alvo até de ação na Justiça do petista contra Gilson, o vice amenizou: "Quantas vezes o pai xinga o filho e vice-versa." Adelson também minimizou as desavenças do passado. "Se o Gilson bateu, foi na linha partidária e não pessoal", afirmou.