A Prefeitura de São Bernardo descumpriu pela terceira vez o prazo estipulado e não apresentou à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) a investigação ambiental detalhada sobre a contaminação do bairro Jardim das Oliveiras, que se desenvolveu durante a década de 1990 sobre antigo lixão.

A data definida para que o laudo fosse protocolado venceu sexta-feira. A Prefeitura foi inicialmente advertida em outubro de 2008.

Procurada pela reportagem, a administração informou que "poderá realizar nos próximos dias o depósito judicial para o pagamento do estudo das condições ambientais da região", conforme determinação da Justiça.

Publicado com exclusividade pelo Diário, o laudo da companhia apontou a presença do cancerígeno benzeno no solo e dos metais pesados chumbo, cromo, cádmio e mercúrio na água.

O primeiro prazo terminou dia 23 de fevereiro, e nenhum esclarecimento foi prestado. Pelo descumprimento, a Cetesb aplicou nova advertência e concedeu mais 90 dias.

Em 9 de junho, no vencimento do segundo prazo, o Executivo apresentou documentação insuficiente à Cetesb e foi novamente punido, desta vez com a aplicação de uma multa de R$ 7.925.

Ainda assim, a administração recebeu 120 dias para elaboração, mas não cumpriu o terceiro prazo.

"O processo vai ser retomado na semana que vem e, se nada for apresentado, a Prefeitura deverá ser multada (com o dobro do valor, por ser reincidente)", afirmou o gerente da agência ambiental ABC II da Cetesb Tomio Teraoka.

Segundo o gerente, o intervalo de tempo era suficiente para que os poços de monitoramento fossem abertos, as amostras coletadas e os materiais analisados. A elaboração deste estudo é que vai permitir a posterior avaliação do risco à saúde das 500 famílias do bairro.