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Advogado diz que não sabia que Marc Rich era fugitivo
Das Agências
14/02/2001 | 16:59
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O advogado oficial para perdões do governo norte-americano, Roger Adams, sustentou que em um telefonema dado no última dia da presidência de Bill Clinton, não foi informado de que o financista Marc Rich — a quem Clinton concedeu um controvertido indulto horas antes de deixar o cargo — era um fugitivo da justiça, segundo informou nesta quarta-feira uma fonte oficial do Congresso.

Em depoimento perante a Comissão de Justiça do Senado, o advogado revelou que a respeito do perdão a Marc Rich e a seu associado comercial, Pincus Green, “não se seguiu nenhum dos procedimentos regulares”.

“A primeira vez que me disseram que a Casa Branca estava considerando” Rich e Green para serem perdoados foi “pouco depois da meia-noite, nas primeiras horas do sábado, 20 de janeiro de 2001”, disse Adams.

Adams acrescentou que os advogados da Casa Branca lhe enviaram uma lista com os nomes de possíveis beneficiários dos indultos, mas que essa lista “não incluía informação adicional alguma” sobre tais beneficiários. “O pessoal da assessoria jurídica da Casa Branca me disse que as únicas duas pessoas na lista sobre as quais deveria verificar informações eram Marc Rich e Pincus Green, e que não se esperava que houvesse muita informação disponível sobre ambos, porque estavam 'vivendo no exterior' há vários anos”, contou Adams.

Depois de descobrir que Rich e seu sócio eram fugitivos, Adams enviou um fax à Casa Branca em que resumiu os dados mais significativos de suas folhas criminais por evasão tributária, fraude e operações ilegais de petróleo com o Irã.

Adams disse que, em muitos casos, a repartição de perdões do Departamento de Justiça não recebeu informação alguma da Casa Branca de Clinton, salvo em nome da pessoa a quem Clinton considerava oferecer clemência.

Adams era uma testemunha chave na audiência desta quarta-feira da Comissão de Justiça, controlada pelos republicanos, sobre o perdão a Rich por parte de Clinton. A Comissão de Reforma do Governo da Câmara examinou o perdão na semana passada.

Um membro da Comissão de Justiça, o senador republicano Arlen Specter, deu entender que o perdão de Rich poderia não ser válido, e pôs em dúvida se todos os documentos que acompanharam o processo de indulto tenham sido assinados depois da saída de Clinton da Casa Branca.

Specter disse que os perdões de último minuto de Clinton poderiam justificar um segundo julgamento de impugnação do ex- presidente. Mas ressalvou: “Não estou tentando revogar o perdão (de Rich), mas averiguar o que ocorreu”.




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