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Deletar a Cracolândia não é solução
Do Diário do Grande ABC
25/06/2017 | 09:48
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No filme Estamira a protagonista vive da coleta do que pode ser reaproveitado no lixo da sociedade de consumo. As cores de Estamira se confundem com as cores do lugar. O discurso desviante do filme denuncia contradições da norma social. Esse filme pode servir para reflexão sobre o tratamento que se tem dado à Cracolândia. Tratar aquele espaço como depósito de gente e tentar mudar a paisagem por meio da destruição e demolição pode assemelhar-se à ideia de que o lixo deve ser afastado dos nossos olhos.

Da mesma forma que nossa sociedade, pautada na racionalidade do consumo, produz excedentes que vão para o lixo, queremos esse lixo longe da nossa rua. Estamira está posta pela sociedade como rejeito humano e a ela resta viver do lixo. Tratar os usuários ou dependentes de droga chamada crack (que, aliás, não foram eles que inventaram) como rejeito social é buscar a forma mais grave de violência que o Estado pode fazer, que é a supressão do sujeito e de seus direitos. 

Buscar na Justiça autorização para internação compulsória de forma indiscriminada é tentar dar ao Estado a possibilidade do domínio pleno sobre os indivíduos. Isso só se justifica se desqualificarmos as condições dos sujeitos, retirarmos todos os direitos humanos e tratá-los como objetos.

Sabemos que o tema é complexo, mas a sociedade não pode dar ao Estado delegação para reduzir as pessoas à categoria de problema ou de lugar indesejável. Ocorre que, no Brasil, a sociedade está cada vez mais servindo ao Estado e não o contrário, como é de se esperar. Cabe às políticas públicas encontrar soluções que atendam aos interesses de toda a sociedade, mas em particular a cada um dos sujeitos envolvidos. A solução, embora complexa, é possível. Deve-se partir do princípio inalienável de que os direitos de todos devem ser preservados. Assistir, escutar e apoiar vêm antes de reprimir, excluir e retirar direitos.

Cabe aos poderes locais a responsabilidade de mobilizar competências de gestão que permitam tratar o problema de forma respeitosa e humana e não buscar, por atalho, soluções drásticas, que, além de nada resolverem, acentuam a exclusão social. Qualquer um de nós pode estar nas mãos de Estado autorizado a cercear direitos fundamentais da condição humana, mas, no momento, é urgente olharmos por aqueles que, por serem os mais vulneráveis, serão os primeiros a voltar aos antigos manicômios, que querem reinstalar. Teremos reedição da realidade descrita por Daniela Arbex no livro Holocausto Brasileiro se não soubermos colocar ao Estado os limites que a cidadania em cada um de nós exige.

Ipojucan Calixto Fraiz é médico e doutor em Sociologia e professor do curso de Medicina da UFPR e da Universidade Positivo. 

Palavra do leitor

Abertura errada 

 As pessoas de sã consciência sabem agora por que o Brasil é o país da impunidade, onde faltam Justiça, Segurança, Saúde, Habitação, transporte, Educação etc? É que há mais ou menos três décadas foi dada abertura a certas pessoas que hoje fazem parte de vários escalões do governo e que deixaram a Nação nessa verdadeira baderna que está. Portanto, é preciso tomar cuidado em dobro quando for anistiar alguma pessoa, porque, caso contrário, é como criar cobras debaixo da própria cama, que, além de envenenarem o dono, envenenam também toda a vizinhança. 

Sérgio Antônio Ambrósio

 Mauá

Vazamento

 Entrei no portal do Semasa, mas não consegui enviar e-mail informando sobre vazamento de água. Deveria ser mais prático para comunicarmos esse tipo de informação. Então resolvi usar esta nossa Palavra do Leitor, meio de comunicação onde sempre fui atendida, para informar que na Alameda Vieira de Carvalho, 125, esquina com Silveira Martins, bairro Santa Terezinha, em Santo André, já há alguns dias está com vazamento na parede, e a água escorre pela calçada. Trata-se de comércio, não sei se está funcionando, porque a hora que por ali passo está fechado, talvez por ser fora do horário normal dos comércios.

Deise Rezende

Santo André

Night & Day

 Comprei conjunto box queen na loja de colchões Night & Day em 16 de janeiro. Já troquei o colchão uma vez e abri chamado para verificarem o fechamento da cama, pois é muito difícil de fechar. O técnico veio e disse que o pistão era de 8 polegadas e o colchão, muito pesado. Mostrei também a tampa do baú torta; ele disse que é assim mesmo, que eu tenho um ano de garantia e que nesse período posso trocá-lo. Agora a cama está cada vez com mais barulho. O preço que paguei não foi barato nem era material de exposição. No dia 4 de maio foi aberta outra ordem de serviço e até agora não tive nenhum contato da loja. Descaso total. Fiz reclamação no site do Reclameaqui, dia 10. No dia 16 a loja respondeu que iria verificar com o fornecedor, mas até hoje nada! Gostaria de ter mais atenção do fornecedor.

Miriam de Oliveira

São Bernardo

Obrigado – 1

 Quero agradecer ao Semasa pelo esclarecimento sobre as obras que estão sendo feitas próximo a córregos em nossa cidade pela Sabesp (Resposta, dia 22). Transparência acima de tudo, obrigado.

Fernando Cesar Toribio

Santo André

Obrigado – 2 

 Quero nesta Palavra do Leitor agradecer aos médicos e enfermeiros do setor de emergências da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Praça IV Centenário que socorreram meu pai após sofrer infarto. Os meus sentimentos com esses profissionais nesta última semana foram de gratidão e de eterna admiração. Apesar de tanto sofrimento, carência, incertezas, diferenças e histórias, eles estão lá firmes e prontos. Fizeram-me crer nas pessoas. Sim. As pessoas mudam as coisas. As pessoas podem fazer o bem, acalentar, dar esperanças, cuidar. Em meio a tantas dificuldades, o fator humano prevaleceu. Independentemente do que possa ocorrer daqui para frente quero acreditar que os bons são realmente a maioria e que eles merecem ser destacados. Obrigada, doutora Perla Cortada, doutor Anderson, enfermeira Fabiana e todos os demais que trabalham incansavelmente na preservação da vida. Vocês, assim como todos e qualquer um, fazem a diferença.

Claudia Richetto

 Santo André




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