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Israel e Paquistão têm encontro diplomático histórico
Do Diário OnLine
Com AFP
01/09/2005 | 10:34
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O ministro das Relações Exteriores israelense, Silvan Shalom, e o chanceler paquistanês, Khurshid Kasuri, se reuniram nesta quinta-feira em um inédito encontro de alto nível entre os dois países. A intenção dos dois governos é normalizar as relações bilaterais.

"O Paquistão dá muita importância aos acontecimentos em Israel e na Faixa de Gaza", disse Kasuri. "Islamabad decidiu, assim, se comprometer com Israel", frisou ele, sem mais esclarecimentos.

Shalom, por sua vez, disse que o encontro anunciava uma nova era nos laços bilaterais. "Este foi um encontro histórico", destacou o ministro israelense. "Nós vemos este encontro como o começo de um novo período, o começo da abertura de profícuas relações mútuas".

A autoridade israelense chamou a atenção para a coragem do presidente Pervez Musharraf em apoiar a paz entre Israel e o mundo islâmico. Os dois homens fizeram questão de dar um aperto de mãos perante as câmeras, em ato também presenciado pelo ministro turco de Estado, Mehmet Aydin, que representava seu primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.

O encontro em Istambul aconteceu depois da Turquia, que tem laços diplomáticos com as duas nações, desempenhar um papel-chave na mediação da possível reaproximação.

Uma fonte da chancelaria israelense disse que Shalom e Kasuri esperavam 'normalizar os laços' em uma tentativa clara de estabelecer relações diplomáticas. "Ainda é cedo para falar sobre o estabelecimento de relações diplomáticas, mas a reunião é definitivamente um passo em direção à normalização das relações", ressaltou a porta-voz da embaixada israelense, Sharon Bar-Li Saar.

Israel tem atualmente relações diplomáticas integrais com apenas três países árabes - Mauritânia, Egito e Jordânia - e com algumas nações de maioria muçulmana como a Turquia.

Acredita-se que a histórica retirada das tropas e colonos da Faixa de Gaza ajude a criar pontes em direção ao mundo árabe e muçulmano. O Paquistão é uma república islâmica.

No entanto, as autoridades paquistanesas interrogadas negaram o fato de que o encontro seja um ato destinado a reconhecer a existência de Israel, depois de seis décadas marcadas pela ausência de relações diplomáticas entre a República islâmica do Paquistão e o estado judeu.

"O encontro, contudo, se desenrola à luz dos recentes acontecimentos entre Israel e os palestinos, que buscam uma solução pacífica para o problema local", destacou uma fonte da chancelaria de Islamabad.

O Paquistão disse durante muito tempo que não reconheceria o estado de Israel enquanto não fosse encontrada uma solução a longo prazo para os palestinos, mas, recentemente, o governo saudou a retirada histórica da Faixa de Gaza.




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