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EUA exortam governo do Sudão a cumprir resolução da ONU
Da AFP
02/08/2004 | 20:29
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Os Estados Unidos pediram nesta segunda-feira que o Sudão cumpra a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que estabelece um prazo de um mês para que a crise de Darfur seja solucionada. A determinação ameaça com sanções o governo sudanês caso os atos de violência das milícias pró-governo não sejam cessadas nesses 30 dias.

"Há um mês, o Sudão se comprometeu a acabar com a violência em Darfur e melhorar o acesso da ajuda humanitária à região", disse o porta-voz do departamento de Estado americano, Adam Ereli. "Trinta dias se passaram e, lamentavelmente, nada foi feito. Não há qualquer desculpa para que não sejam tomadas providências agora. O Conselho de Segurança pede que algo seja feito. É o que queremos ver", completou.

O porta-voz do Exército do Sudão, general Mohamed Beshir Suleiman, comparou nesta segunda-feira a resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o genocídio na região de Darfur a uma "declaração de guerra".

"A resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre Darfur é uma declaração de guerra contra o Sudão e seu povo", declarou Suleiman. "O Exército sudanês está pronto para enfrentar os inimigos do Sudão em terra, mar e ar", ameaçou.

Em relação à posição do sudanesa, Ereli respondeu que "longe de ser uma declaração de guerra, a resolução pede ao governo do Sudão que cumpra os compromissos assumidos".

A declaração agressiva do porta-voz sudanês foi feita num momento no qual as autoridades do Sudão pareciam ter optado por um tom moderado a respeito da resolução, que a princípio fora rejeitada na última sexta-feira.

"O Sudão está na mira das forças estrangeiras", afirmou Suleiman, que acusou os Estados Unidos e outras forças ocidentais de estarem se preparando para atacar o Sudão militarmente, depois do fracasso das sanções econômicas e do boicote diplomático impostos ao governo. "Não receberemos os americanos com flores ou bandeiras brancas, estamos dispostos a combatê-los de uma maneira que será divulgada quando chegar o momento", completou.

Os analistas políticos sudaneses minimizaram o discurso do militar, considerando que ele é apenas "para consumo interno".

"Apesar de não gostarmos da resolução, já estamos comprometidos a aplicar medidas com base no acordo que foi obtido com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan", declarou no último sábado o subsecretário das Relações Exteriores do Sudão, Naguib Al-Kheir Abdel Wahab.




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