O presidente da Câmara de São Bernardo, Hiroyuki Minami (PSDB), reabriu a licitação para contratar empresa para reformar o Palácio João Ramalho, ao custo de R$ 36 milhões. As empresas foram convocadas para sessão pública de abertura dos envelopes às 9h de segunda-feira.

O tucano suspendeu a concorrência no dia 11, horas antes do prazo final para receber os envelopes, ao acatar representação de uma das licitantes que apontou falha técnica no edital. Segundo Minami, havia erro de medida na planta de um dos pavimentos da obra. Os números não batiam com a descrição do projeto. "Corrigimos o equívoco e reabrimos a licitação", disse ontem, sucinto.

O presidente sofre pressão das bancadas de PT e DEM para explicar melhor o projeto de re forma. Os partidos chegaram a protocolar pedidos para suspender a concorrência e, assim, debater minuciosamente a questão. O tucano rechaçou que o adiamento da conclusão da licitação não ocorreu por ter sido pressionado.

Depois das solicitações de petistas e democratas, a reunião com os parlamentares não ocorreu. E eles ameaçam entrar como novo pedido de paralisação do certame. "Ainda temos dúvidas do que realmente será feito no prédio. Até a suspensão do edital por motivos técnicos tem de ser explicado direito. Vamos procurar o presidente para nos esclarecer", enfatizou o líder do PT, vereador José Ferreira.

A obra da Câmara prevê construção de plenário, setores administrativos e salas de reuniões em três pavimentos, distribuídos em 8.000 metros quadrados. É praticamente um novo prédio que será erguido. Os R$ 36 milhões previstos para a intervenção são divididos em R$ 10 milhões do Orçamento deste ano e os R$ 26 milhões restantes do repasse que a Prefeitura fará no ano que vem.

O prefeito Luiz Marinho (PT) tem cobrado responsabilidade do Legislativo sobre os valores envolvidos. Os R$ 54,3 milhões que o Paço concederá à Câmara neste ano equivalem a cerca de 4% da arrecadação da Prefeitura. Marinho não pretende aumentar o repasse, que por lei pode chegar a 4,5%.