Setecidades Titulo
Pacientes reclamam de falta de remédios em farmácia do Caps
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
09/05/2008 | 07:12
Compartilhar notícia


A falta de alguns medicamentos de uso controlado na farmácia do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) do Centro de São Bernardo tem causado transtornos aos usuários. Ontem à tarde, em cerca de meia hora, pelo menos cinco pessoas deixaram o local de mãos vazias ou com fórmulas de dosagem diferente da recomendada na receita médica.

O auxiliar administrativo Ricardo Costa Lima, 40 anos, passou dois dias em filas à procura do remédio Clonazepan, de uso psiquiátrico. "Vim ontem (anteontem), mas eles não quiseram me atender porque a receita não era da rede pública. Então, tive de ir a um pronto-socorro; depois, a uma UBS (Unidade Básica de Saúde), para, no final das contas, voltar para cá e descobrir que vou ter de comprar o remédio em uma farmácia. Isso é para humilhar as pessoas", disse Lima, indignado.

Já a dona de casa Lenilze Rosa, 50, afirmou estar surpresa em encontrar a versão em comprimidos do mesmo medicamento: "Eles disseram que chegou hoje".

Lindra Luca dos Santos, 45, não teve a mesma sorte. Ela procurava o neuroléptico Haldol, de 5 miligramas, para o marido José Otaciano Nunes, 55, vítima de um derrame há cinco anos. "Disseram que está em falta, mas não falam quando vai chegar. Moro longe, no Jardim Farina, e tenho de vir toda hora na esperança de encontrar o remédio. Sem ele, o meu marido fica muito agitado e não consegue dormir", reclamou a dona de casa, com a receita médica em mãos.

De acordo com o médico-assistente do gabinete da Secretaria da Saúde de São Bernardo, Alessandro Neves, as únicas drogas que teriam faltado no Caps esta semana são haloperidol e carbamazepina, princípios-ativos de remédios como o Haldol e o Tegretol, respectivamente, entre outros similares. Já as queixas referentes ao Clonazepan e ao Euthyrox não procederiam. "O Clonazepan não está em falta e o Euthyrox não é da alçada do Caps", afirma.

Neves atribui a carência do haloperidol e da carbamazepina à Secretaria de Estado da Saúde. Segundo ele, o problema é decorrente da mudança em uma portaria.

"Esses medicamentos eram fornecidos pelo Estado por meio da Furp (Fundação para Remédio Popular), mas a portaria determina que, ao invés de dar o remédio, o governo repasse a verba em dinheiro para que a própria administração municipal se encarregue da compra. O que aconteceu nesta semana foi que o Estado parou de dar o remédio mas ainda não repassou a verba", justifica o assistente da Prefeitura, e garante: "De qualquer forma, a Prefeitura autorizou a compra com dinheiro do tesouro municipal. Amanhã (hoje), essas duas medicações já deverão estar disponíveis no Caps".




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;