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Comunidade do Amazonas testa energia de óleo vegetal
Do Diário do Grande ABC
15/11/2000 | 10:21
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Cerca de 50 famílias da comunidade do Roque (250 habitantes) situada na Reserva Extrativista do IBAMA, no médio Juruá, município de Carauari (Amazonas), serao atendidas, a partir desta quinta, com energia elétrica de boa qualidade e, ao mesmo tempo, participarao de uma experiência inédita no mundo.

No lugar do óleo diesel, que tradicionalmente abastece as usinas termelétricas dos sistemas isolados na Amazônia, a central geradora de Roque, com 115 kw de potência, será abastecida pelo óleo vegetal extraído da andiroba, uma espécie nativa da Amazônia.

O projeto é fruto de um convênio, no valor de R$ 450 mil, assinado em novembro do ano passado, entre a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Fundaçao de Apoio Institucional Rio Solimoes (Unisol), instituiçao vinculada à Universidade Federal do Amazonas. Esse projeto tem possibilitado a implantaçao de um atendimento energético economicamente viável e, ao mesmo tempo, o desenvolvimento sustentável de localidades isoladas, com alternativas de uso sustentável da biomassa e da energia solar.

O óleo diesel atualmente utilizado em diversas termelétricas da regiao Norte é subsidiado pela chamada Conta Consumo Combustível (CCC), que é paga pelos consumidores de energia elétrica de todo o país e é recolhida mensalmente pelas concessionárias. Através de resoluçao, a Aneel tem incentivado a substituiçao do óleo diesel em toda regiao por fontes renováveis de energia. A CCC tornou-se um fundo de viabilizaçao com potencial de cerca de R$ 650 milhoes/ano.

Projetos desta natureza, que utilizam a energia da biomassa, estao inseridos na política governamental para reduçao da emissao de gases poluentes que provocam o efeito estufa, tornando-se uma alternativa viável para a substituiçao do uso do óleo diesel na produçao de energia elétrica e na valorizaçao sustentável da floresta tropical da Amazônia.

Além de garantir energia limpa para a iluminaçao, o projeto apoiado pela Aneel visa também melhorar a qualidade de vida dos moradores da regiao. Também integra o projeto a instalaçao da microindústria de beneficiamento dos óleos e resíduos vegetais nativos da regiao amazônica, como o extraído da andiroba. A produçao prevista do óleo será de 50 quilos/hora até abril do próximo ano e a meta é de aumentar a produçao para 120 quilos/hora. A andiroba é usada para fins medicinais e cosméticos, e do seu resíduo podem ser fabricadas velas e sprays repelentes de insetos. A reserva, com 253 mil hectares de extensao e 2.500 moradores, tem na extraçao de borracha dos seringais a principal atividade econômica, contando agora com a energia para melhorar a renda média familiar.

Da Agência Brasil




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