Política Titulo Diadema
Governo Lauro se antecipa e vê travar indicação de ouvidor

Sem aprovação da Câmara, Ricardo André
inicia trabalho e observa nomeação ser adiada

Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
12/05/2017 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


O governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), se antecipou e viu travar a indicação do advogado Ricardo André Barros de Moraes como ouvidor geral da Secretaria de Defesa Social na sessão de ontem na Câmara. O Paço tentou aprovar decreto que avalizaria a nomeação do advogado no posto, mas a suspeita de que Ricardo começou a trabalhar antes mesmo de passar pelo crivo da Casa atrasou a votação por pelo menos uma semana.

A derrubada do projeto foi articulada pelo blocão de oposição, o chamado G-12 (grupo de parlamentares do PT, PR, PRB, PPS e DEM), que questionou o fato de a nomeação de Ricardo ser datada de 28 de abril, dias antes, portanto, de o pedido de aval ser endereçado ao Legislativo. “Querem colocar a carga na frente dos bois”, reclamou o petista Josa Queiroz, líder do G-12, que encabeçou a obstrução.

Sem votos suficientes – a aprovação demanda de 11 adesões e a bancada de Lauro é composta por apenas nove parlamentares –, os governistas até que tentaram, sem sucesso, convencer os oposicionistas a ignorarem o fato e aprovar a indicação.

À imprensa e aos parlamentares, Ricardo admitiu que esteve na Pasta de Defesa Social e a outros equipamentos públicos, mas argumentou que foram “visitas informais”. A atuação antecipada teria sido feita com anuência do secretário de Defesa Social, coronel Marcel Lacerda Soffner (PTC).

“Em nenhum momento estive lotado na secretaria, não estou desempenhando a função nem trabalhando. O que foi feito foram algumas visitas informais para conhecer a estrutura, diante da necessidade de poder passar por sabatina na Câmara e saber do que se está falando”, reconheceu o advogado, que foi à Câmara esperando ser sabatinado, o que acabou não ocorrendo. “Decidimos vir aqui tirar quaisquer dúvidas porque, às vezes, o vereador não conhece (a atuação de ouvidor), não sabe o trabalho que desempenha na cidade”, completou.

Presidente da Câmara e primo do prefeito de Diadema, Marcos Michels (PSB) admitiu que a antecipação atrapalhou a nomeação, porém colocou panos quentes na polêmica. “Acho que ele foi conhecer os equipamentos antes porque poderia ver que a atuação do ouvidor não era bem a que ele imaginava se fosse convidado, aprovado pela Câmara e iniciado a atuação depois, sem conhecer tudo antes”, contemporizou. 




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