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Ribeirão tem cesta básica mais cara

Kit de 34 produtos essenciais custa R$ 620,37
na cidade; média é de R$ 614,25 no Grande ABC

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
12/05/2017 | 07:29
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Ari Paleta/DGABC


Nesta semana, Ribeirão Pires registrou a cesta básica mais cara do Grande ABC, de R$ 620,37, enquanto que a média das sete cidades foi de R$ 614,25 – 1,83% mais alta que na última semana. Diadema, na outra ponta, foi responsável pelo conjunto de itens essenciais mais baratos (R$ 599,04) – R$ 21,33 mais em conta.

Mauá e Santo André têm, respectivamente, a segunda e terceira cestas mais salgadas, R$ 619,61 e R$ 612,38. Em seguida vêm São Bernardo (R$ 607,34) e São Caetano (R$ 604,66).

A Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) apurou valores em 16 supermercados da região. Foram considerados 34 produtos que compõem a cesta básica para suprir por um mês família de quatro pessoas, (dois adultos e duas crianças).

O analista da pesquisa da Craisa, João Tadeu Pereira, afirma que alguns produtos sofrem com a grande diferença de preços entre os supermercados, pois “o varejo, muitas vezes, pratica preços abusivos”. Segundo ele, na última semana o preço da banana caiu cerca de 18% para o atacado, mas, na ponta do consumo, nem todos repassaram a diminuição. Além disso, os que reajustam não o fazem integralmente.

Para se ter uma ideia, o quilo da banana-nanica pode ser encontrada a partir de R$ 2,49 até R$ 6,99 – 180,72% de variação. Caso semelhante ao da laranja pêra, que oscila até 94,67%, sendo vendida entre R$ 1,69 e R$ 3,29, o quilo.

Outro fator que contribui é que, muitas vezes, grandes redes conseguem realizar promoções por terem maior poder de barganha dos produtos, e conseguem operar com preços menores. Em cidades com maior presença delas, o preço pode ser menor também pela maior concorrência.

O presidente do Instituto Fractal, Celso Grisi, comenta que o milho, a soja, o trigo e o feijão estão em época de colheita, fazendo com que produtos derivados tenham queda no preço. Segundo o levantamento, já é possível notar esse alívio: o óleo de soja foi o responsável pela maior queda de preço (-7,67%), custando em média R$ 9,76 a embalagem com 900 ml. “As verduras e os legumes também tendem a sofrer retração nos custos, pois o clima do outono favorece a produção deles”, afirma Grisi. “O sol é ameno, as noites são um pouco frias e a chuva é moderada.” Entretanto, o tomate, que foi o vilão da cesta básica de março, pode voltar a encarecer, já que, nesta época do ano, seu amadurecimento é lento, conforme explica Pereira. O quilo está saindo R$ 5,76.

Quanto ao repasse da queda do preço ao consumidor final, dificilmente acontecerá, avalia Grisi, dado que abril não foi um bom mês para o varejo como um todo. “O consumo estava dando sinais de recuperação, mas retraiu novamente”, explica. A boa notícia é que o custo “da cesta básica, como um todo, tende a se manter ou a baixar nos próximos meses, pois os preços estão acomodados no mercado internacional”, garante.

MUDANÇAS - Em relação aos levantamentos anteriores, a Craisa alterou o seu método de pesquisa. Até o início de abril, eram considerados os itens das marcas mais baratas de uma categoria em cada estabelecimento, no entanto, desde a última semana do mês passado há padronização das marcas, fato que, de acordo com Pereira, tornará o estudo mais confiável, uma vez que as escolhas foram baseadas na ocorrência das marcas no maior número de super e hipermercados, evitando cestas incompletas.

Por este motivo, não é possível comparar o valor da cesta básica desta semana com a do mesmo período do mês ou ano passado. 




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