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De la Rúa pede desculpas por asilo a nazistas no passado
Do Diário do Grande ABC
12/06/2000 | 17:12
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O presidente argentino Fernando De La Rúa disse segunda-feira que um dos objetivos centrais de sua visita aos Estados Unidos será desculpar-se por seu país ter fornecido refúgio a nazistas depois da Segunda Guerra Mundial.

Ele ressaltou a desculpa se dava porque ``criminosas comuns nazistas acharam asilo na Argentina, enquanto que aos judeus nao foram dadas as facilidades necessárias para emigrar a nosso país'.

De La Rúa se reunirá terça-feira com o presidente Bill Clinton e também difundirá sua mensagem no Museu do Holocausto, onde se planeja una cerimônia. Além disso, ele deve se entrevistar com dirigentes judeus. ``Desejo transmitir uma mensagem pela dignidade e igualdade de todos os seres humanos e especialmente aos judeus e a todos os que sofreram perseguiçao na Alemanha nazista', afirmou.

Recentemente em Buenos Aires Fernando De La Rúa ofereceu um almoço em honra aos sobreviventes do Holocausto.

Ao longo dos anos, vários proeminentes ex-oficiais nazistas buscaram asilo na Argentina, incluindo Adolph Eichmann, considerado um dos principais arquitetos do Holocausto. Eichmann foi seqüestrado pelos agentes israelenses em Buenos Aires, em 1960.

Em 1998, as autoridades argentinas prenderam Dinko Sakic, que havia sido comandante em um campo de concentraçao de Croácia. Sakic vivia tranqüilamente na Argentina. Logo foi extraditado para a Croácia, onde no ano passado foi sentenciado a 20 anos de cárcere por crimes de guerra.

Em novembro de 1998, os investigadores argentinos acharam provas de que o ex-presidente argentino Juan Perón estimulou os criminosos de guerra nazistas a buscar asilo em seu país depois da Segunda Guerra Mundial. Perón foi presidente entre 1945 e 1955.

Além disso, grupos baseados em Israel dizem que o número de judeus perseguidos durante a campanha contra a esquerda da ditadura militar de 1976 a 1983 foi desproporcionalmente elevado. Os cálculos do número de judeus que desapareceram durante esse período ascendem a 2.000. Israel solicitou ao governo de De La Rúa uma investigaçao. Na Argentina vivem uns 300.000 judeus, a segunda comunidade em número das Américas.

De La Rúa observou que o presidente anterior, Carlos Menem, ordenou em 1992 uma investigaçao completa sobre o papel que a Argentina cumpriu ao dar refugio aos nazistas.




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