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Sem diálogo com Reali, greve geral é inevitável
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
01/04/2011 | 07:55
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A falta de diálogo entre o Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema) e o prefeito Mário Reali (PT) na reivindicação de 11% de reajuste salarial para o funcionalismo indica que a greve geral é inevitável. A categoria promoveu ontem paralisação na Central de Atendimento - local que reúne funcionários de Finanças, Desenvolvimento Econômico e Habitação -, a última de uma série de oito atos, e agora vai pedir apoio popular para selar a greve em assembleia geral marcada para o dia 7.

O local escolhido para o último ato de paralisação atende diretamente o contribuinte em serviços gerais. Com isso, o Sindema atingiu dois objetivos: provocou o Executivo e alertou aos munícipes que apareceram entre 10h30 e 12h no local sobre a possibilidade de greve. O serviço de atendimento não foi prejudicado. Os sindicalistas ficaram posicionados com faixas, bandeiras e carro de som. A mensagem principal foi "0% de reajuste é desrespeito".

A partir da semana que vem, o Sindema vai marchar pela cidade distribuindo informativo que explica as condições e reivindicações do servidor. "Vamos alertar para a possibilidade de greve geral e pedir apoio. Tenho certeza que a população estará conosco", explicou a presidente do sindicato, Jandyra Vehara Alves.

Além do reajuste, a categoria também teve outros 14 itens rejeitados pelo núcleo duro da administração - Airton Germano (Jurídico), Osvaldo Misso (chefe de Gabinete), Adelaide Maia Moraes (Finanças) e João Garavelo (Gestão de Pessoas) -, como a implementação do Plano de Cargos e Carreiras.

Na véspera do ato, o sindicato recebeu a denúncia de que a secretária de finanças, Adelaide Maia Moraes, prometeu retaliações aos funcionários que aderissem à manifestação. "Vamos apurar essa denúncia e cobrar respostas", disse Jandyra.

A Prefeitura informou que não procede qualquer informação que fira o trato com o servidor e reforçou a posição de negar as reivindicações e destacar que o reajuste acarretaria problemas com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), já que ultrapassaria o limite prudencial de gasto com pessoal de 51,3%. 

Suspensão de trabalho já rendeu conquista do reajuste

A última vez em que o Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema) chegou à última opção da negociação, no caso a greve de 24 horas em 2010, o prefeito Mário Reali (PT), concedeu reajuste salarial. "Nós vamos conseguir, no ano passado também foi assim. Começaram a negociar oferecendo nada, depois cederam", pontuou a presidente da entidade Jandyra Vehara Alves.

Nos dois primeiros anos de gestão, Reali enfrentou sequestros de receita via precatórios somados em R$ 40 milhões. Apesar disso não deixou de corrigir os salários dos servidores conforme a inflação. Somados, os ganhos chagaram a 12,3%. "Eles não estão cumprindo com as promessas de campanha", atacou.




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