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Agua contaminada matou 342 mil crianças em 16 anos
Do Diário do Grande ABC
07/12/1999 | 18:01
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A água contaminada por falta de tratamento foi a causa da morte de 342.732 crianças com menos de cinco anos no Brasil, entre 1979 e 1995, o que dá, em média, 21.420 óbitos por ano. A informaçao é da Fundaçao Nacional de Saúde (Funasa), que pesquisou o período, através de informaçoes das Secretarias de Estaduais de Saúde. De acordo com o estudo, estas crianças tiveram cólera, febre tifóide, amebíase e infecçoes intestinais, que causaram as mortes.

Cerca de 40% dos óbitos aconteceram na regiao Nordeste, onde 142.621 crianças morreram entre 1979 e 1995. A regiao Sudeste ficou em segundo lugar, pois teve 119.975 óbitos infantis no mesmo período. Em seguida vem a regiao Norte, com 35.651 mortes; Sul, com 51.567, e Centro-Oeste, com 12.918. Os números devem ser maiores, especialmente nas regioes Norte e Nordeste, pois nem sempre as mortes, especialmente de crianças, sao comunicadas aos cartórios e às prefeituras.

A origem dos dados da Funasa sao os cartórios de registro civil, que enviam os dados às Secretarias Municipais de Saúde. Estas os enviam às Secretarias Estaduais, que os repassam ao Sistema Unico de Saúde (SUS), que os faz chegar à Funasa. No entanto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mortes estimadas (que aconteceram mas nao foram comunicadas) é sempre superior ao de óbitos observados.

No Brasil, esta diferença chegou a 43,7% em 1996 e as regioes Nordeste e Norte lideram essa estatística. O IBGE calcula que, em 1996, 66,7% das mortes ocorridas no Nordeste nao foram comunicadas e que, no Norte, esta porcentagem chegar a 52,2%. A regiao Sudeste tem o menor índice, com 6,5% dos óbitos nao comunicados e, em seguida vêm as regioes Sul (13,5%) e Centro-Oeste (23,9%).

A Assessoria de Imprensa da Funasa nao soube informar se as mortes foram causadas por ingestao de água contaminada ou pelo simples contato. A partir de 1996 a pesquisa foi interrompida. Em Brasília, a engenheira especializada em saneamento da Organizaçao Mundial de Saúde (OMS), que se identificou apenas como Jacira, informou que a entidade, filiada à Organizaçao das Naçoes Unidas (ONU), nao se pronunciou sobre o assunto.




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