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Juiz ordena detençao do ex-presidente paraguaio exilado no Brasil
Do Diário do Grande ABC
22/10/1999 | 16:48
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Um juiz paraguaio ordenou nesta sexta-feira a captura do ex-presidente Raúl Cubas, exilado no Brasil desde sua renúncia forçada no dia 28 de março passado, e a quem acusa de malversaçao de fundos públicos pelo valor de 600.000 dólares.

O juiz Gustavo Ocampos ordenou a detençao preventiva do ex-presidente depois de incluí-lo como processado no julgamento que investiga essa suposta "retirada" de dinheiro da presidência, pouco antes de entregar seu comando ao entao presidente do congresso e atualmente da naçao, Luis González Macchi.

Cubas, cujo mandato durou sete meses, é processado na causa que investiga o assassinato do vice-presidente Luis María Argaña e é acusado pelos familiares do falecido e seus sucessores no governo de ser um dos instigadores do crime.

Antes de partir para o exílio, Cubas disse que tinha sido vítima de uma conspiraçao para derrubá-lo e que um dos móveis para esse propósito foi o crime de Argaña.

O juiz indicou que uma vez detido, Cubas Grau deverá ficar recluso na Penitenciaría Nacional de Tacumbú, em comunicaçao livre e a disposiçao da justiça.

Cubas foi eleito com 54% dos votos no dia 10 de maio de 1998 nas eleiçoes presidenciais contra a opositora Aliança Democrática, depois que o candidato presidencial general Lino Oviedo - hoje exilado na Argentina - foi detido e condenado a 10 anos de cadeia por um tribunal militar dois meses antes das eleiçoes.

Oviedo foi declarado culpado de uma tentativa de golpe contra o presidente Juan Carlos Wasmosy em abril de 1996.

Sob o lema "Cubas no Governo, Oviedo no poder", o primeiro vence nas eleiçoes com a promessa de libertar seu padrinho político.

O Tribunal Eleitoral designou Luis María Argaña, um ferrenho inimigo de Oviedo, para ocupar a candidatura a vice-presidente.

Os argañistas do Congresso formaram uma frente comum com os opositores derrotados da Aliança Democrática (Partido Liberal e Partido Encontro Nacional) para bloquear os projetos econômicos de Cubas, o que gerou uma instabilidade política de proporçoes.

O desenlace foi o assassinato de Argaña em março, seguido da matança de sete opositores durante uma manifestaçao frente ao congresso a 26 de março.

Dois dias depois, Cubas foi obrigado a renunciar e partir para o Brasil, enquanto Oviedo se refugiava na Argentina.

Segundo a acusaçao judicial, antes de sair do país, o ex-presidente desviou 600.000 dólares em cumplicidade com seu secretário-geral Néstor Filártiga e seu assessor financeiro.

Filártiga e Medina foram detidos e há dois meses cumprem prisao domiciliar.




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