O juiz Gustavo Ocampos ordenou a detençao preventiva do ex-presidente depois de incluí-lo como processado no julgamento que investiga essa suposta "retirada" de dinheiro da presidência, pouco antes de entregar seu comando ao entao presidente do congresso e atualmente da naçao, Luis González Macchi.
Cubas, cujo mandato durou sete meses, é processado na causa que investiga o assassinato do vice-presidente Luis María Argaña e é acusado pelos familiares do falecido e seus sucessores no governo de ser um dos instigadores do crime.
Antes de partir para o exílio, Cubas disse que tinha sido vítima de uma conspiraçao para derrubá-lo e que um dos móveis para esse propósito foi o crime de Argaña.
O juiz indicou que uma vez detido, Cubas Grau deverá ficar recluso na Penitenciaría Nacional de Tacumbú, em comunicaçao livre e a disposiçao da justiça.
Cubas foi eleito com 54% dos votos no dia 10 de maio de 1998 nas eleiçoes presidenciais contra a opositora Aliança Democrática, depois que o candidato presidencial general Lino Oviedo - hoje exilado na Argentina - foi detido e condenado a 10 anos de cadeia por um tribunal militar dois meses antes das eleiçoes.
Oviedo foi declarado culpado de uma tentativa de golpe contra o presidente Juan Carlos Wasmosy em abril de 1996.
Sob o lema "Cubas no Governo, Oviedo no poder", o primeiro vence nas eleiçoes com a promessa de libertar seu padrinho político.
O Tribunal Eleitoral designou Luis María Argaña, um ferrenho inimigo de Oviedo, para ocupar a candidatura a vice-presidente.
Os argañistas do Congresso formaram uma frente comum com os opositores derrotados da Aliança Democrática (Partido Liberal e Partido Encontro Nacional) para bloquear os projetos econômicos de Cubas, o que gerou uma instabilidade política de proporçoes.
O desenlace foi o assassinato de Argaña em março, seguido da matança de sete opositores durante uma manifestaçao frente ao congresso a 26 de março.
Dois dias depois, Cubas foi obrigado a renunciar e partir para o Brasil, enquanto Oviedo se refugiava na Argentina.
Segundo a acusaçao judicial, antes de sair do país, o ex-presidente desviou 600.000 dólares em cumplicidade com seu secretário-geral Néstor Filártiga e seu assessor financeiro.
Filártiga e Medina foram detidos e há dois meses cumprem prisao domiciliar.
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