Os ataques que se multiplicam, as sabotagens e os atentados espetaculares, como o da sede da ONU em Bagdá e o da véspera em Najaf, voltam a colocar sobre a mesa este tema sensível para o governo do presidente George W. Bush.
As dificuldades no terreno e os ataques cada vez mais intensos da oposição democrata – a pouco mais de um ano da eleição presidencial – colocam a equipe de Bush na defensiva.
Bush foi obrigado a justificar a manutenção de um contingente em torno de 140 mil homens, que considera suficientes por enquanto, embora não tenha fechado a porta aos ajustes.
A retirada de uma parte dos "rapazes" atenderia aos desejos de numerosos militares no terreno, que há meses enfrentam condições cansativas, perigosas e geralmente frustrantes.
Mas isso ameaçaria ao mesmo tempo debilitar perigosamente um contingente que alguns oficiais opinam que já é muito limitado para uma operação desta envergadura, quando os desafios se multiplicam.
Numerosos legisladores democratas, mas também republicanos, reclamam o envio de novos reforços para ajudar a controlar melhor o país e encaminhá-lo, como se prometeu, para a democracia e a recuperação econômica.
Do ponto de vista político, esta opção constituiria, entretanto, o mais claro reconhecimento de que a situação no Iraque se agravou e poderia relançar os temores de uma escalada militar.
A opinião pública, segundo uma pesquisa Gallup divulgada na quinta-feira, não dá nenhum sinal forte de movimentar-se em um sentido ou outro: 51% dos americanos disseram estar a favor de um aumento do número de comandos ou de uma manutenção em seu nível atual, contra 46% favoráveis a uma retirada total ou parcial.
O senador republicano John McCain, um veterano do Vietnã muito escutado em matéria militar, que esteve este mês de agosto no Iraque, reclamou mais tropas para "ajeitar a situação".
Entretanto, para Anthony Cordesman, um dos principais analistas do CSIS (Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais) de Washington, o êxito não depende principalmente do volume de forças.
"A chave para ganhar esta ofensiva não é o número e sim a informação, a competência e a experiência dos quadros militares, os especialistas (em assuntos) da região e em idiomas, tudo isto combinado com uma ação civil e política para conquistar os espíritos e os corações", escreveu em um informe publicado pelo CSIS.
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