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Fusão entre Alcan e Pechiney não afetará operações no Brasil
28/12/2003 | 20:14
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O vice-presidente da Alcan, Daniel Gagnier, garantiu neste domingo que as operações brasileiras não serão afetadas pelo programa de reestruturação a ser implantado pelo grupo. A canadense Alcan concluiu oficialmente, em dezembro, a fusão com a francesa Pechiney, reforçando a sua segunda posição de líder mundial de alumínio e derivados. O casamento perfeito une a Pechiney, maior produtora mundial de embalagens, e a Alcan, conglomerado canadense presente em todos os setores da cadeia produtiva do alumínio.

Segundo Gagnier, que integra o novo conselho administrativo da Pechiney, serão vendidos alguns ativos para manter o grupo competitivo em sua nova escala de atuação, mas nada acontecerá de imediato. Para ele, “o mercado da América Latina se desenvolve de maneira rápida e a estrutura do alumínio no Brasil é extremamente organizada”.

Na avaliação de Gagnier a Alcan não tem intenção de privilegiar investimentos em nenhuma região específica do globo, mas a Europa do Leste representa uma grande oportunidade de negócio nos próximos anos. “Continuamos como o segundo produtor do mercado global, depois da norte-americana Alcoa, porém o mais importante não é o tamanho, mas a eficiência”, reitera Gagnier, durante entrevista realizada na sede da Pechiney, em Paris.

A Alcan detém quase 93% do capital da companhia francesa, cuja operação de compra começou no mês de julho deste ano. Porém, Gagnier explica que o processo não terminou. O grupo entra, agora, na segunda fase da operação de compra, ou seja, tentará alcançar pelo menos 95% do capital da Pechiney. A empresa tinha até o dia 23 de dezembro – data do fechamento da segunda fase, determinada pela AMF (Autoridade de Mercado Financeiro) francesa –, para convencer os detentores das ações, privados ou institucionais, a vender seus papéis ainda disponíveis. O resultado sairá em meados de janeiro, prevê Gagnier.

“Comprar um produto feito no Brasil ou em Dubai é a mesma coisa. Tudo depende do mercado e da qualidade”, disse. O grupo possui no mundo sete jazidas de bauxita, sete refinarias de alumina, 15 smelters, além de 163 unidades produtoras, sem contar o patrimônio da Pechiney, que fabrica, entre outros artigos, tubos laminados e embalagens.

Sobre a demanda do alumínio para 2004, Gagnier afirma que se a previsão para o crescimento econômico se confirmar no ano que vem, vai haver um aumento dos benefícios para o setor do alumínio. “Menos para latas, mais para carros e veículos leves”, um quadro que já começou a ser desenhado este ano, comenta. Em relação à queda de 15% do consumo de latas no Brasil, em 2003, ele diz que “não está preocupado”, porque a vantagem do alumínio é ter fábricas flexíveis: “hoje fabricamos latas e, daqui a alguns meses, estamos fabricando material para aviões ou para carros”.

Grande ABC – A Alcan possui cinco unidades no País, duas das quais na região do Grande ABC. A Unidade Santo André, que produz laminados, atende a grandes montadoras e indústrias de bens de consumo. Em Mauá, a fábrica concentra a produção de embalagens flexíveis, destinados a segmentos como fabricantes de iogurtes, sopas desidratadas e laminados para cigarros e chocolates.




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