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Agências vendem 50% dos
pacotes para o fim de ano
Vinicius Gorczerski
Do Diário do Grande ABC
28/08/2011 | 07:22
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Favorecido pela ascenção econômica, o brasileiro conquista o hábito de viajar mais. Cruzeiros marítimos, praias nordestinas, caribenhas; agora, a viagem passa a ser a bordo de aviões espaçosos. A procura por passeios semelhantes está tão aquecida para o fim do ano, que agências consultadas pela equipe do Diário dizem que metade dos pacotes disponíveis para o período já foi liquidada - há meses do Natal e Reveillon.

Esta é a situação do agente de viagens da Qualituri Turismo, Márcio Fernandes. Cinquenta por cento dos seus pacotes de fim de ano já foram comprados, o que representa 500 pacotes. "Já esperamos crescer 30% sobre o ano passado", comemora o agente.

Quem planeja os gastos se dá bem: uma economia de até 85% menos no pacote, garante o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Estado, Edmar Bull.

Realidade sustentada por vários pilares: mais dinheiro no bolso, que agora sobra para o lazer, além de cortes nos preços cobrados por operadoras de turismo. Sistema hoteleiro mais robusto e atrativo aos olhos - sobretudo ao bolso - do freguês. E ainda há mais assentos nos aviões, que se modernizaram.

"A classe C está viajando, o que não acontecia antes", diz Bull. "Dependendo da rota, da distância e tempo de estadia os valores de desconto são bem grandes. O habito agora é comprar com antecedência."

Ele acrescenta que uma viagem pode ser planejada com até um ano prévio, com boas opções de estadia, o que ajuda a derrubar os preços.

E há mais atrativos. Dólar baixo ante o Real garante passagens 10% mais baratas nas viagens internacionais do que em agosto de 2010. Daí a aposta de Fernandes nesse pacote. Na contramão, o preço cobrado nas épocas festivas para passeios no Brasil engrossou 10%, estima Fernandes. Os gastos variam de agência para agência, mas ele conta que esse consumidor está disposto a pagar entre R$ 2.500 e R$ 3.000 por pessoa para curtir o fim de ano longe de casa.

A tendência é que setor cresça. Tanto que o faturamento em 2010 atingiu R$ 201,5 bilhões e a previsão é de que esse número amplie a R$ 227,1 bilhões.

Planejamento é o que fez o carteiro Rogério Leal de Oliveira, morador de Santo André. Está com a agenda de fim de ano lotada. Abandonou a ideia de ir à Porto Seguro, onde poderia se hospedar na casa da tia, para seguir para Santa Catarina.

O destino: o parque de diversões Beto Carrero World. É o segundo passeio que fará por lá, sozinho, após quatro anos sem viajar, por conta de uma ruptura nos ligamentos do joelho, que o impediu de sair do Estado no periódo. Ficará "oito ou nove dias", hospedado em hotel,porque dezembro para ele significa férias. Pagou R$ 1.400 no pacote, incluindo passagens de avião. "Me antecipei, aí saiu bem mais barato. Se deixar para cima da hora corre o risco de nem achar mais nada."

Ele não vai parar por lá. Depois de retornar a Santo André, seguirá na semana seguinte para a Argentina, Bariloche, com escala em Buenos Aires. Como tem primos no país, pagou pelas passagens, ida e volta, R$ 700. Como diz, "um bom negócio".




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