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Adesões à greve do Judiciário crescem no ABC
Vinícius Casagrande
Do Diário do Grande ABC
29/09/2001 | 18:20
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A greve dos funcionários do Judiciário paulista está em seu 33º dia sem previsão de término. Sem aumento salarial há sete anos, os servidores reivindicam um reajuste total de 54,31%. No Grande ABC, as paralisações estão cada vez mais fortes. Segundo a coordenadora do comando de greve na região, Clenilza Panato, a maior paralisação acontece em Santo André, com 99% de adesão. Segundo ela, funcionam parcialmente apenas a 1ª, 2ª e 4ª varas criminais.

Mas a reivindicação dos funcionários esbarra na Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê que apenas 6% do orçamento do Estado pode ser destinado à folha de pagamento do Judiciário. Em São Paulo, esse percentual já foi ultrapassado e o gasto total é de 6,17%.

Com a paralisação dos funcionários do Judiciário, inúmeras audiências já foram canceladas, o que gerou um atraso ainda maior no andamento de diversos processos. “Somente o urgente é cumprido, como o alvará de solturas para quem já cumpriu pena”, disse Clenilza.

O presidente do TJ (Tribunal de Justiça), Márcio Bonilha, pressiona os juízes e diretores de fóruns para que informem os funcionários em greve para que sejam descontados os dias de trabalho, algo que não é atendido na região. “De um modo geral os juízes estão simpáticos à greve, lógico que não publicamente. Eles têm avaliado que nossa reivindicação é justa”, disse a coordenadora do comando de greve.

Além das diversas assembléias que os grevistas têm realizado, o comando de greve também tem realizado reuniões com líderes políticos. Uma comissão de funcionários do Fórum de São Caetano teve reuniões com o prefeito Luiz Tortorello (PTB) e com o deputado estadual Marquinhos Tortorello (PPS).

Em Santo André, o comando de greve esteve no Legislativo na última quinta-feira para expor as reivindicações da categoria. O vereadores elaboraram um documento que foi encaminhado ao presidente do TJ, à Assembléia Legislativa, ao Congresso Nacional, ao governo do Estado e até mesmo à Presidência da República. “Precisamos que toda classe política intervenha e ensine o que é política ao presidente do Tribunal”, disse.

A intenção é conseguir apoio para que sejam aprovadas emendas ao orçamento do Estado que permitam o reajuste do servidores do Judiciário para o próximo ano. O orçamento estadual foi encaminhado pelo governador Geraldo Alckmin na última semana e será votado até o final do ano.

Nesta segunda-feira, os grevistas realizam uma assembléia regional em frente ao Fórum de São Caetano para tirar propostas para a assembléia estadual, que é realizada todas as quartas-feiras em frente ao Fórum João Mendes, em São Paulo.




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