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FUABC ameaça romper contrato com Mauá
Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
19/04/2017 | 07:00
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A FUABC (Fundação do ABC) notificou o governo do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), sobre a falta de pagamento de dívidas com a entidade, com possibilidade de rescisão do contrato. O Paço, por sua vez, discorda dos valores cobrados pelo órgão, de cerca de R$ 70 milhões, e confirmou auditoria nos convênios.

Internamente, a notificação foi encarada como ultimato da FUABC pelo núcleo duro do governo Atila, que já defendia abertamente a revisão do acordo com a entidade e até a quebra dos convênios. Como resultado da intimação, integrantes do Paço estiveram ontem na sede da fundação reunidos com a direção do órgão para tentar solucionar o impasse.

Por meio de nota ao Diário, a FUABC informou que avisou a Prefeitura no início do mês “sobre problemas relacionados aos repasses contratuais” e que o encontro de ontem teve como objetivo “equacionar débitos financeiros relacionados ao contrato de gestão do Complexo de Saúde de Mauá”, que inclui o Hospital Doutor Radamés Nardini.

O Diário apurou que o clima da reunião não foi dos melhores, uma vez que as planilhas apresentadas pela FUABC foram confrontadas com os documentos da equipe da Prefeitura. Há divergências de informações, por exemplo, em casos como o de repasses federais em que a administração encara como crédito e a entidade contabiliza como débito. Para a Prefeitura, as dívidas com a FUABC são bem menores que os números apresentados pela entidade e giram em torno dos R$ 10 milhões.

O pente-fino não é a única medida a ser adotada. O governo Atila também afirmou que estuda enxugar o contrato com o órgão. “Vamos realizar uma rediscussão do acordo com a FUABC com base na realidade orçamentária do município”, antecipou o secretário de Governo, João Gaspar (PCdoB), que participou da reunião com integrantes dos setores jurídico e financeiro da Fundação.

Segundo Gaspar, é possível reduzir o valor dos convênios sem afetar a prestação de serviços. “A gente pode diminuir os gastos com atividades-meio, como a área administrativa, e preservar a atividade-fim, que é a Saúde”, explicou. Além do comunista, participaram da reunião os secretários Márcio Chaves (PSD, Saúde) e Valtermir Pereira (Finanças).

Desde 2010, quando iniciou a operar na cidade, até o mês passado, a Fundação recebeu R$ 744,8 milhões da Prefeitura mauaense. O contrato em vigência com a administração foi celebrado em janeiro de 2015, ainda na gestão Donisete Braga (PT), e prorrogado no fim do ano passado.

Integrantes da gestão Atila têm tido atritos com diretores da FUABC. O mais recente resultou na saída do então superintendente do Nardini, Ricardo Carajeleascow. 

Câmara alega que só investigará Severino diante de denúncia formal

A Câmara de Mauá, presidida por Admir Jacomussi (PRP), recuou e decidiu que só investigará o vereador Severino do MSTU (Pros) caso exista alguma denúncia formal contra o parlamentar no Legislativo, que incitou invasão a prédios na cidade. 

“Sinto deles que é preciso esclarecer o caso. De qualquer forma, só vamos apurar se surgir alguma denúncia por parte de algum outro vereador ou de qualquer munícipe”, frisou Admir, que havia declarado ver confilitos no caso pelo fato de Severino ser parlamentar.

Ligado a movimento de moradia e com o irmão na chefia da Secretaria de Habitação, Severino incitou ocupação de unidades do condomínio Altos de Mauá, cuja construção é administrada pelo MSTU (Movimento dos Sem-Terra Urbano), do qual o parlamentar é presidente. Ele alega que a ação tinha como objetivo impedir invasões de outros movimentos de moradias ao empreendimento, mesmo sem citar o nome do suposto grupo.

O Diário revelou ontem que, na campanha eleitoral de 2016, Severino atrelou a entrega de prédios populares à sua vitória nas urnas. O parlamentar chegou ao fim do pleito como o vereador mais votado da cidade, com 5.547 votos.




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