Um alto responsável palestino anunciou que aconteceria um encontro entre o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, e o líder palestino, Yasser Arafat, nas próximas 48 horas, enquanto a parte israelense era mais prudente. O ministro palestino de Informaçao, Yasser Abed Rabbo, declarou que o encontro aconteceria 'na noite de segunda-feira ou na terça-feira', durante uma entrevista à rádio oficial Voz da Palestina.
Rabbo expressou, porém, seu pessimismo em relaçao às chances de sucesso do encontro, que seria o primeiro desde a reuniao de cúpula entre Israel, os palestinos e os Estados Unidos em Camp David, que terminou no último dia 25 de julho sem resultados. O ministro afirmou que a posiçao palestina 'baseada nas leis internacionais' nao poderia ser modificada e anunciou a retomada das negociaçoes em Washington entre uma delegaçao palestina dirigida pelo ministro Saeb Erekat e um assessor de Barak, o advogado israelense Gilad Sheer.
O ministro israelense interino das Relaçoes Exteriores, Shlomo Ben Ami, considerou que a reuniao de cúpula acontecerá antes do fim de semana. Mas um porta-voz da Presidência do Conselho israelense afirmou que 'nao se marcou nenhuma data' para o encontro.
No Cairo, para onde viajou nesta segunda-feira, antes de partir para Ama, Ben Ami reiterou que Israel quer alcançar um acordo global com os palestinos e nao pretende adiar as negociaçoes sobre a espinhosa questao da soberania de Jerusalém. Mas se Barak conseguir chegar a um acordo com os palestinos sobre a cidade, enfrentará sérias dificuldades para conseguir que o Parlamento, onde já nao dispoe da maioria, aprove o documento.
O enfraquecimento do premier em relaçao à oposiçao conservadora na Câmara foi ilustrada nesta segunda por uma votaçao da comissao de leis, que aprovou uma proposta de lei fundamental destinada a impedir a transferência para a Autoridade Palestina da soberania de Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel em junho de 1967.
O projeto de lei proíbe 'transferir a um poder estrangeiro todo o controle sobre o território soberano (israelense) em Jerusalém'. Se a lei for adotada pelo Parlamento, será necessária uma maioria absoluta de 61 dos 120 deputados para revogá-la, por se tratar de uma lei fundamental.
A questao de Jerusalém é o principal motivo de discórdia nas negociaçoes entre israelenses e palestinos, congeladas há dois meses.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.