"O tempo da diplomacia acabou. O Iraque teve 12 anos para se desarmar e não o fez. O ultimato a Saddam é a única maneira de evitar um conflito maior", disse Powell. A pressão para que o ditador iraquiano deixe o poder será reiterada pelo presidente George W. Bush, em pronunciamento marcado para a noite desta segunda-feira. A expectativa é de que ele dê um prazo de 48 horas para a renúncia de Saddam.
Com a decisão de não passar pela votação no CS, já esperada pelos países-membros, os aliados evitam a imagem de desafio à ONU, já que dois dos países com poder de veto, França e Rússia, defendem a continuidade das inspeções de armas no Iraque. Para ser aprovada, uma resolução do Conselho de Segurança deve obter, no mínimo, nove votos e não ser vetada por nenhum dos cinco membros permanentes (EUA, Grã-Bretanha, Rússia, França e China).
O embaixador britânico na ONU, Jeremy Greenstock, disse que os países aliados "seguirão com seus próprios passos" na questão do Iraque "A resolução 1441 é clara e no parágrafo 4 estabelece que a não-cooperação já constitui a violação(...). O governo iraquiano falhou ao desobedecer a resolução e agora deve arcar com as conseqüências", disse.
Tensão - Enquanto isso, a tensão vai aumentando a cada instante no Golfo Pérsico e a iminência de uma guerra é praticamente dada como certa: o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, ordenou a retirada dos inspetores de desarmamento das Nações Unidas e da equipe de serviços humanitários do Iraque por motivos de segurança e suspendeu o programa petróleo por alimentos, que atenua o embargo internacional promovido contra o Iraque desde a invasão ao Kuwait (1990).
Os EUA reuniram mais de 250 mil homens na zona do Golfo, em sua maioria localizados no Kuwait (140 mil), e armados com helicópteros, navios e tanques e mais de 700 aviões militares, segundo o Pentágono. Desse total, 20 mil soldados estão na Europa, prontos para partir para Bagdá em caso de guerra. Cerca de 48 mil soldados britânicos devem se juntar aos americanos.
Washington pediu a seus diplomatas que abandonem Israel, Síria e Kuwait, enquanto Londres recomendou a todos os cidadãos britânicos no Kuwait e Israel que abandonem esses países "o mais rapidamente possível".
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